O procurador-geral do Irã, Gholam Hussein Mohseni Ejei, anunciou nesta segunda-feira que Sakineh Mohamadi Ashtiani, a mulher iraniana acusada de adultério e cumplicidade no assassinato de seu marido, foi condenada à morte por enforcamento pelo segundo crime.

Em declarações divulgadas nesta segunda-feira pela agência de notícias local “Mehr”, Mohseni Ejei explicou que, “de acordo com a decisão do tribunal, Sakineh, de 42 anos, foi acusada de assassinato e condenada por este delito”.

A decisão do tribunal suspende a execução de Sakineh Ashtiani por apedrejamento, mas não a livra da pena de morte, já que o assassinato no Irã é punido com a forca. “A questão não deve ser politizada. O Poder Judiciário não pode se deixar influenciar pela campanha empreendida no Ocidente”, acrescentou.

Presa desde 2005, Sakineh foi sentenciada ao apedrejamento em 2006. No entanto, a Justiça iraniana suspendeu a pena duas vezes devido à forte pressão internacional contra a execução. A primeira revisão de sua pena ocorreu em julho deste ano.

No último dia 8, autoridades do Irã anunciaram novamente ter suspendido e colocado sob revisão a sentença de morte por apedrejamento de Sakineh, mãe de dois filhos.

No início de agosto, o governo brasileiro ofereceu asilo à iraniana, mas causou um desconforto diplomático entre os países. Além de o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ter negado o asilo, a embaixada do Irã no Brasil divulgou uma declaração em que afirma que o governo do país considera a oferta de Lula “um pedido de um país amigo, baseado nos sentimentos puramente humanitários”, mas questiona as “consequências” e pergunta se o “Brasil precisará ter um local para criminosos de outros países”.