Depois de quase 3 horas esperando por atendimento médico, Cristiane da Silva Amorim, de 25 anos, se desesperou e pediu a ajuda da imprensa para que sua filha Emanuelle, de apenas 1 ano e 6 meses, fosse atendida no Hospital Regional Álvaro Fontoura, em Coxim

Depois de quase 3 horas esperando por atendimento médico, Cristiane da Silva Amorim, de 25 anos, se desesperou e pediu a ajuda da imprensa para que sua filha Emanuelle, de apenas 1 ano e 6 meses, fosse atendida no Hospital Regional Álvaro Fontoura, em Coxim.

A reportagem do Edição MS chegou ao hospital por volta das 18h50, dessa sexta-feira (27), e encontrou uma mãe desesperada com a filha desfalecida no colo. “Estou deixando o coraçãozinho dela encostado no meu peito para monitorar os batimentos cardíacos”, explicou Cristiane. Foi uma forma encontrada pela mãe para ter certeza de que a filha estava viva, pois Emanuelle não apresentava qualquer tipo de reação.

Durante a espera, que durou exatamente 2h45, a criança vomitou duas vezes. Apesar do estado de saúde, o caso não foi considerado como emergência ou urgência, segundo a mãe. Cristiane contou que chegou ao Pronto Socorro às 16h30, fez a ficha para atendimento, entrou no hospital para que a temperatura da filha fosse medida, assim como o peso e altura. Em seguida, funcionários pediram para que a mãe aguardasse pelo atendimento do lado de fora.

As horas passavam, Emanuelle piorava, Cristiane chorava e o atendimento médico não chegava. Indignada, a mãe desabafou. “Sou uma cidadã que tem deveres, como pagar impostos, mas não tem direitos, como atendimento médico”, disse Cristiane.

Ainda no período da tarde uma discussão entre dois homens resultou em briga no pátio do Pronto Socorro. Para a surpresa de todos que eram informados da falta de profissional para atendimento, um dos médicos sai de dentro do hospital para assistir a briga.

O fato causou indignação em todos. Os pacientes começaram a reclamar e, de acordo com a mãe, o médico apenas riu. “O Sidney Assis filmou o médico rindo da cara de todo mundo”, disse a mãe. Para Cristiane, o povo não pode fechar os olhos, tem que enxergar a realidade, tem que lutar por seus direitos e até mesmo pedir socorro. “Nós pagamos os salários desses médicos para nos atender. Eu não vou ficar de braços cruzados esperando minha filha morrer”, finalizou a mãe.

Depois da entrevista, a reportagem local entrou em contato com o diretor-geral do Hospital Regional, Rogério Souto. Por telefone, foi explicado a situação e pedido a intervenção do diretor para que Emanuelle recebesse atendimento adequado. O contato aconteceu às 19h05. Cerca de dez minutos após a ligação, a criança foi chamada para ser atendida.

CONSULTA – Por aproximadamente três minutos a médica tentou provocar reações na criança que estava desfalecida. Como ela não respondia, Cristiane começou a chorar com medo de a filha estar morrendo. “O meu Deus, meu Pai eterno, tenha piedade”, pedia a mãe entre lágrimas.

Quando Emanuelle reagiu, a médica continuou examinando e inicialmente suspeitou de pneumonia. Como a criança estava muito fraca, a médica pediu que fosse colocado soro e também receitou um remédio para cortar o vômito.

Por volta das 23h30, nossa reportagem entrou em contato por telefone com Cristiane, que estava mais tranqüila, pois Emanuelle tinha sido submetida a exames de sangue e urina, além de ter feito raio-x dos pulmões. Conforme a mãe, os exames diagnosticaram que a criança está com bronquite e infecção intestinal.

Emanuelle vai permanecer em observação até a manhã deste sábado (28), quando a médica fará uma nova avaliação do seu estado de saúde. Cristiane disse que a filha dormia tranquilamente após ser consultada, examinada e medicada. De manhã a médica decide se a criança fica internada ou se continua o tratamento em casa.

HISTÓRICO – Emanuelle está com vômitos e diarréia há uma semana. Assim que percebeu, na sexta-feira (20), Cristiane levou a filha ao hospital e foi atendida pela mesma médica, que receitou remédio indicado para tratamento de diversas infecções.

No entanto, a mãe informou que a filha melhorou por dois dias e depois voltou ao estágio inicial. Dentro dessa semana, Emanuelle perdeu três quilos, caindo de 12 para 9 quilos. “Ela simplesmente parou de comer e mesmo assim continuou vomitando, já não tinha mais o que colocar para fora”, relatou Cristiane.