Sem acordo entre as correntes do partido até a véspera da reunião da bancada, os 88 deputados do PT na Câmara decidem hoje (14) no voto o nome que será indicado para presidir a Câmara no biênio 2011-2012.

Por ter a maior bancada eleita em outubro, o PT conseguiu do PMDB um acordo para presidir o primeiro biênio. A reunião está prevista para começar às 10h, em Brasília.

Após a indicação de um nome para presidir a Câmara, que deverá ser feita em votação em dois turnos, será a vez de escolher o futuro líder da bancada.

O encontro será marcado pela divisão entre as principais correntes do partido. O racha ocorre até mesmo dentro de um mesmo grupo.

O líder do governo, Cândido Vaccarezza (SP), conseguiu o apoio de parte do grupo Construindo um Novo Brasil (CNB), do qual faz parte o atual vice-presidente da Câmara, Marco Maia (RS), e que também disputa a vaga.

Os integrantes da CNB se reuniram ontem à noite (13) na tentativa de se chegar a um consenso. Depois de mais de 2h de debate não teve jeito.

Na ocasião, Maia chegou a se defender das críticas de que seria uma pessoa tranqüila demais para assumir o cargo.

“É o meu estilo mesmo. Não sou de ficar berrando, gritando, gosto de negociar. Tenho experiência e legitimidade para ser indicado”, justificou.

Além dos dois, também está no páreo o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (SP), da corrente Movimento PT.

Embora o foco da disputa se concentre nos três candidatos, “a noiva da vez” são os integrantes do grupo Mensagem, segundo em número de deputados eleitos, atrás apenas do rachado CNB.

Um dos principais articuladores da corrente, o deputado Paulo Teixeira (SP) é o mais cotado para ser o próximo líder. A Mensagem, no entanto, também está dividida entre os três candidatos à presidência.

Apesar das divisões, uma das estratégias desenhadas nos bastidores, para derrotar Vaccarezza num eventual segundo turno, é a união entre Maia e Chinaglia.

Em contrapartida, em um cenário em que Vaccarezza perca para Chinaglia, parte do grupo CNB desembarca da candidatura de Teixeira. O que deve criar novos rachas.

Segundo integrantes das correntes ouvidos pelo blog, independente de quem perca não haverá como prêmio de consolação uma vaga na Esplanada dos Ministérios.

Nos últimos dias, chegou-se a cogitar a ida de Marco Maia para a Secretaria de Relações Institucionais, hipótese que atualmente é descartada.