O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, anunciou que o partido vai propor nova representação contra o candidato do PSDB, José Serra, por injúria e difamação. Ontem, em Natal, no Rio Grande do Norte, o tucano voltou a responsabilizar sua adversária do PT, Dilma Rousseff, pela violação de sigilos fiscais de dirigentes do PSDB para fabricar dossiês que serviriam de munição na campanha eleitoral.

Dutra acusou o candidato tucano de fazer, de forma recorrente, “acusações infundadas” contra o PT e a campanha de Dilma. “Já reiteramos que não encomendamos, não solicitamos, não mandamos quem quer que fosse montar, elaborar ou redigir dossiês contra quaisquer pessoas, membros ou não do PSDB”, reafirmou o petista.

Ele ressaltou que, conforme a investigação em andamento na Corregedoria da Receita Federal, a violação dos dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, teria ocorrido em outubro do ano passado – quase um ano antes do início da campanha eleitoral. “Não há relação direta com a campanha”, justificou.

Durante a entrevista coletiva na sede do partido, em Brasília, o petista lembrou que episódios semelhantes já atingiram pessoas ligadas ao PT e instituições do governo. Mencionou ainda suspeitas de violação do sigilo fiscal da Petrobras, bem como de diretores da empresa, de que a oposição se utilizou para instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado no ano passado.

O PT vai propor três ações contra José Serra. Na Justiça Federal, vai protocolar uma ação criminal acusando o tucano de injúria e difamação por atribuir a Dilma a responsabilidade pela quebra de sigilo. Perante a Justiça comum de São Paulo, o PT vai propor ação cível com pedido de reparação por danos morais. Por fim, o partido também vai pedir à Polícia Federal (PF) que investigue a violação do sigilo do processo que tramita na Corregedoria da Receita, de onde vazaram as informações que foram parar nos jornais.