PT completa 30 anos com desafio de eleger Dilma em 2010

O PT completa 30 anos nesta quarta-feira com o principal desafio de eleger a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o petista ficar por oito anos no poder. Pela primeira vez desde a sua fundação, o PT não vai ter Lula como seu candidato nas eleições presidenciais […]

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O PT completa 30 anos nesta quarta-feira com o principal desafio de eleger a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o petista ficar por oito anos no poder. Pela primeira vez desde a sua fundação, o PT não vai ter Lula como seu candidato nas eleições presidenciais deste ano –cenário que é considerado um “divisor de águas” para lideranças da legenda.

Lula é o candidato do PT à Presidência da República desde 1989, quando foi derrotado nas urnas por Fernando Collor de Mello (PTB). Desde então, disputou as eleições de 1994, 1998 e 2002 –quando conseguiu eleger-se presidente. Em 2006, o petista foi reeleito em segundo turno para mais um mandato, que termina este ano.

Sem a possibilidade de novamente disputar o cargo, já que a Constituição Federal permite somente dois mandatos consecutivos, o PT investe todas as fichas na candidatura daquela que ficou conhecida como “gestora” do governo Lula.

Com fama de “durona” que tem se esforçado para desfazer, a ministra ex-guerrilheira tem o apoio do PT e, apesar das resistências de algumas correntes petistas e de partidos aliados, conseguiu consagrar-se como pré-candidata viável a suceder Lula no poder.

Os petistas adotaram o discurso de que Dilma deve ser escolhida para que o país tenha a “primeira mulher” no seu comando. “O partido que conseguiu eleger Lula vai conseguir eleger a primeira presidenta da República do Brasil”, disse o presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra.

Para a ministra Nilcéia Freire (Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres), a eleição de Dilma vai representar avanços nas diferenças de gênero registradas no país. “Todas as mulheres que almejam que as mulheres tenham mais espaço no poder, com Dilma no poder todas nós estaremos chegando lá.”

Embora o PT já tenha deflagrado a pré-campanha de Dilma nos bastidores, oficialmente a ministra nega o rótulo de candidata. O PT vai oficializar sua pré-candidatura no congresso nacional do partido, marcado para os dias 18 a 20 de fevereiro, mas Dilma vai lançar-se oficialmente na disputa ao deixar o governo, no início de abril.

Na campanha, a disposição da ministra é comparar a gestão de Lula com a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) –uma vez que Dilma deve disputar as urnas com o tucano José Serra (governador de São Paulo). Como seu principal cabo eleitoral, Dilma terá Lula ao seu lado nos palanques do país.

A estratégia dos petistas para eleger Dilma prevê colar a imagem da candidata às realizações do governo Lula, destacando as obras e projetos sociais que receberam recursos federais –passando a ideia para o eleitor que ela representa o terceiro mandato de Lula.

Dilma também começou a costurar uma ampla aliança para dar sustentação à candidatura, explorando problemas que o PT considera “graves” e que teriam sido implementados no país pelos tucanos.

Histórico

Economista, Dilma participou da fundação do PDT, partido em que militou por mais de dez anos desde o início da década de 80. Em 2001, a ministra se filiou ao PT, onde se tornou uma de suas principais lideranças. Na ditadura militar (1964-1985), Dilma participou da luta armada, foi presa e torturada no combate ao regime militar.

Em abril de 2009, a ministra anunciou que se submeteria a um tratamento contra um linfoma (câncer no sistema linfático), descoberto a partir de nódulo na axila esquerda. Após várias sessões de quimioterapia, em setembro do ano passado, Dilma anunciou que estava curada da doença.

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