Mesmo diante das ameaças do DEM de retirar seu apoio formal à candidatura de José Serra, o comando nacional da campanha do PSDB permanece irredutível na indicação do nome senador Alvaro Dias (PR) como candidato à vice-presidência.

O coordenador da campanha tucana e presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), passou parte deste sábado (26) em negociações com o DEM. Os tucanos tentarão convencer o DEM a aceitar o nome de Dias e, dessa forma, colocar um ponto final na crise deflagrada entre as duas legendas.

– Não é a primeira vez que essas diferenças acontecem. Sugerimos o nome de Álvaro Dias. Ponto. O DEM tem a posição dele.

A convenção do democratas está marcada para a próxima quarta-feira (30) quando o partido deverá formalizar o apoio a Serra e, com isso, dar mais três minutos de TV para o tucano ao longo dos 45 dias do programa eleitoral gratuito.

Sérgio Guerra deverá se reunir no próximo domingo (27) ou segunda-feira (28) com os partidos que integram a campanha de Serra.

O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), insiste na indicação de um democrata para ocupar o cargo de vice na chapa de Serra. Um dos argumentos foi o de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “sacrificou” vários aliados nos Estados em prol da candidatura da petista Dilma Rousseff à presidência da República.

Maia citou os casos dos ex-prefeitos Fernando Pimentel (PT-MG) e Lindberg Farias (PT-RJ), que tiveram que abrir mão de suas candidaturas ao governo estadual para o PMDB.

– Mas PSDB não quer sacrificar ninguém.

Rodrigo Maia ficou particularmente irritado com o anúncio do nome de Dias para o cargo pelo twitter do presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), durante o intervalo do jogo de ontem da seleção brasileira.

O vazamento da escolha por um aliado, sem o prévio conhecimento do DEM, foi considerado pelos democratas uma trapalhada muito grande dos tucanos. Ainda mais porque Maia havia enviado um e-mail ao presidente do PSDB perguntando sobre a vaga de vice-presidente e não obteve nenhuma resposta. Com a confusão, Maia acabou ganhando a adesão de todo o partido na defesa da tese de que o DEM tem de ocupar a posição de vice de Serra.