Devotos de São Pedro realizaram na tarde desta terça-feira, 29 de junho, a tradicional procissão fluvial do andor do santo nas águas do rio Paraguai. Os fiéis se reuniram para celebrar a data e também rezar agradecendo bênçãos e graças recebidas. Cerca de 150 pessoas participaram da procissão nas águas do rio pantaneiro.

 A festa, com mais de 30 anos, tem como principal atração a peregrinação da comunidade desde a capela de São Pedro, no bairro Cervejaria, até o Porto Geral. No local, o andor confeccionado através dos recursos recolhidos durante o mês de junho pela bandeira do santo, foi colocado dentro de uma embarcação. Fogos anunciavam o início da procissão que seguiu da orla portuária em direção à Bolívia e passou por um dos bairros com maior concentração de devotos do santo, a Cervejaria.

Antes da procissão, durante a manhã houve missa na capela de São Pedro, os fiéis demonstraram fé e amor e celebraram a data que marca o dia de São Pedro. O prefeito Ruiter Cunha de Oliveira e a primeira-dama, Beatriz Cavassa de Oliveira, participaram da celebração.

Após a missa foi grande a procura pelas porções de peixe frito com arroz, vinagrete e mandioca, um dos atrativos dos festejos. São 800 toneladas de pacu que são vendidos a R$ 5, cada porção. Desde cedo filas se formavam para comprar o pescado e garantir o almoço e também, com a renda, ajudar na manutenção da capela do padroeiro dos pescadores.

As barracas com a venda do pacu, arroz carreteiro, espetinho e pastel são todas organizadas pela comunidade da paróquia. Há mais de 10 anos ajudando nos festejos a salgadeira Narcisa Rosália da Silva teve muito trabalho durante as comemorações. Nesta terça-feira ela teve que fazer 50 quilos de massa se tornarem deliciosos pastéis.

 “Sempre participo da festa, pois aprendi com meus pais que eram pescadores”, disse. A devoção resultou no nome de um dos filhos. “Escolhi Pedro para homenagear o santo”, complementou. Já Zenilde Sebastiana de Cerqueira, dona de casa, também dedicou todo o tempo para a festa. “Durante três dias nós limpamos os peixes, temperamos, fizemos o vinagrete, arroz e a mandioca. Acordei às 04h30 da manhã desta terça para começar a fritar e só saio quando terminar de vender tudo. Sou devota de São Pedro há 10 anos e sou católica praticante, pois existem muitas pessoas que simpatizam com a religião, mas não praticam”, contou.

Ao longo de junho aconteceu a peregrinação da bandeira de São Pedro pelas ruas de Corumbá. De casa em casa, os fiéis pediram dinheiro para ser usado nas celebrações da paróquia localizada no bairro Cervejaria e também contaram com doações. “Enquanto tiver forças, vou arrecadar para a festa de São Pedro. Ele me curou e por isso tenho que retribuir”, contou ao Diário Ivone Moraes uma das mais conhecidas devotas de São Pedro, que junto com um sanfoneiro, propaga mensagens de fé e esperança entre os corumbaenses.

De acordo com o padre Osvaldo Scott, pároco da capela, a cada ano aumenta a quantidade de participantes nas celebrações do santo. “Muita gente está achando a festa simpática e também porque São Pedro é uma pessoa muito interessante e significativa na história da nossa fé. É uma festa que dá sentido na nossa vida, a exemplo de Pedro que apesar das cargas da vida se levantou e terminou brilhantemente a sua missão”, disse ao Diário. Os festejos prosseguem no próximo sábado, 03, às 18h, com o Festival de Prêmios. As cartelas antecipadas custam R$ 5,00 e podem ser adquiridas na capela de São Pedro. Já no domingo, 04, haverá venda de costelão de pacu (cru ou frito).