Em visita ao bairro do Coque, no Recife, na manhã deste sábado (31), a candidata à Presidência pelo PV, Marina Silva, demonstrou emoção ao conhecer a comunidade. No local, considerado um dos mais pobres e violentos de Pernambuco, a parlamentar fez observações sobre o esgoto a céu aberto e casas feitas com resto de construções. Mas foram as apresentações culturais de crianças do bairro que conseguiram arrancar lágrimas da senadora licenciada. “Se a gente não se interessar, eles (crianças) vão continuar nos sinais e vão continuar morrendo. É uma visita muito forte para mim (emocionalmente). Eu já morei em casas como essas e só voltei para dizer que continuo nelas. Inclusive tenho parentes e sobrinhos que moram em casas assim”, afirmou chorando a parlamentar.

Emocionada, Marina Silva demonstrou irritação por conta da insistência da imprensa em fazer-lhe sempre perguntas polêmicas, mesmo diante das condições encontradas no bairro do Coque. “Por que vocês nunca se interessam pelo que a gente está fazendo? Com respeito e muito carinho por vocês, que são meus parceiros, isso que aconteceu aqui não tocou ninguém? Eu já falei tantas vezes de células-tronco(…). Mas sou a favor de pesquisas em células troco adultas, certo? Mas vamos nos preocupar com isso aqui também”, disse a senadora.

Questionada sobre o resultado da pesquisa Ibope, divulgada neste sábado (31), onde aparece com um ponto percentual a menos do que na pesquisa do mesmo instituto realizada no mês anterior, Marina Silva mais uma vez pediu a “compreensão” dos jornalistas para falar sobre o Coque. “Se eu tivesse zero na pesquisa, um traço, já me sentiria vitoriosa. Hoje aumentei em 100% o Ibope da minha esperança em um Brasil mais justo e fraterno. Eu conheço isso aqui e vivi isso aqui. Já fui excluída entre os excluídos como eles aqui”, avaliou.

Durante a visita ao Coque, Marina Silva conheceu a Escola Popular de Direito Constitucional Pequeno Cidadão, que orienta crianças sobre leis e fornece atividades de culturais e artísticas. O local foi idealizado há três anos, por iniciativa de Renê Patriota, candidata ao Senado pelo PV, após ter conhecido Glacileide Maria da Silva, que perdeu o filho de 14 anos assassinado. A parlamentar também inaugurou mais uma “Casa de Marina”, projeto de comitês domiciliares voluntários.