Um hipótese é mudar sessão de quinta-feira para segunda

Mais preocupados com a própria reeleição do que com o funcionamento do Parlamento Estadual, deputados estaduais querem mudar os dias das sessões plenárias da Assembleia Legislativa, atualmente de terça a quinta-feira. Uma das hipóteses levantadas pelos próprios parlamentares é passar a sessão de quinta para segunda-feira.

Se a ideia emplacar, após a sessão de quarta-feira, os deputados estariam liberados para pedir votos. Há até quem defenda realizar apenas duas sessões por semana, hipótese, por enquanto, rejeitada pela maioria dos parlamentares.

Os deputados querem proceder a mudança sem cumprir rito essencial: alterar o Regimento Interno que determina sessões de terça a quinta. “Bastaria um acordo de lideranças já que é por tempo determinado”, diz o deputado Júnior Mochi (PMDB) que preside a CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) da Casa.

Ontem, o presidente da Assembleia, deputado Jerson Domingos (PMDB) disse que não vai tomar frente na tentativa de alterar os dias das sessões, porém, ele não se oporá à mudança se os líderes das bancadas partidárias se decidirem por ela.

Contudo, o próprio Jerson disse não ver qualquer razão na mudança. Explicou que se dependesse dele as sessões continuariam exatamente como estão. “Tem muito tempo fora das sessões para se fazer campanha”, afirmou.

Informalmente já há entendimento entre os deputados para evitar votações relevantes na quinta-feira. Assim, o parlamentar que quiser viajar não perderá votações importantes.

Líder do PSDB, Rinaldo Modesto defende abertamente a redução do número de sessões de duas para três. “Acho que duas sessões por semana são suficientes. Às vezes não tem matéria para votar não tem sentido ficar aqui fazendo de conta”, opina.

Entre os petistas, o deputado Amarildo Cruz, líder da bancada, informa concordar com a mudança na realização das sessões, mas não com a redução delas. “Desde que não haja prejuízo para o Parlamento não vejo problemas”, diz o petista que planeja sugerir uma reunião entre os deputados para discutir o assunto.

“Fechar o Parlamento para fazer campanha? Não tem condições”, opina o deputado Pedro Teruel, do PT, também contrário à redução no número de sessões.

Na Assembleia, 22 dos 24 deputados estaduais disputam as eleições neste ano. Vinte tentam se reeleger e dois concorrem à cadeiras na Câmara Federal.

Na semana passada, um cálculo extra-oficial feito pelos deputados já com base no coeficiente eleitoral e no número de candidatos das coligações apontam que retornar à Assembleia no ano que vem dependerá de, no mínimo, 20 mil votos nestas eleições. Neste ano, 268 nomes disputam as 24 vagas na Assembleia Legislativa, o que significa uma concorrência de 11,6 candidatos por vaga.

Desde que os deputados voltaram do recesso do meio do ano, no dia 3 de agosto, o ritmo das sessões é lento e sem votações de propostas importantes. Hoje, por exemplo, apenas nove deputados abriram a sessão às 9h31. Outros 10 chegaram depois, mas não houve votação de projetos apenas de moções indicações. Saiba mais sobre a sessão de hoje nas notícias relacionadas.

O próprio Jerson admitiu ontem que o período eleitoral reduz a produtividade dos parlamentares. “A apresentação de projetos [no período eleitoral] cai porque a atenção dos deputados está voltada para outras coisas”, declarou em entrevista coletiva.