A Porto da Pedra leva a história da moda para a Marquês de Sapucaí neste Carnaval com o enredo “Com que Roupa… Eu Vou? Pro Samba que Você me Convidou”. Com o samba interpretado por Luizinho Andanças, a escola promete transformar a avenida em uma passarela de moda para tentar conquistar seu primeiro título do Grupo Especial. A escola começou o desfile por volta das 22h35.
O carnavalesco da vermelha e branca, Paulo Menezes, afirmou que o título do

enredo faz apenas uma brincadeira com o refrão da música de Noel Rosa. “Quando você é convidado para ir a algum lugar qual é a primeira coisa que você pensa? Com que roupa eu vou?”, disse.

O artista afirmou também que o desfile da agremiação terá poucas penas e muito tecido. “A gente tem materiais que não costuma trabalhar no Carnaval como jeans, moletom e vinil”, disse.

Enredo

A história da moda será retratada em 38 alas, sete carros alegóricos e três tripés e um total de cerca de 4.200 componentes.

Diego Falcão e Alessandra Bessa formam o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, que simbolizam os primórdios da moda na pré-história, à frente da escola.

“A roupa deles é toda trabalhada em couro por ser o primeiro tecido que o homem começou a usar. É o couro de animal. Vai ter brilho também, mas a maior parte da roupa é couro”, disse o carnavalesco, que ainda garante que os trajes não são quentes.

O carro abre-alas mostra um painel sobre a transformação da roupa ao decorrer da evolução do homem até o século 21. Para isso, o carnavalesco da escola retrata a moda em diferentes momentos da história.

“O abre-alas é uma metrópole pré-histórica imaginária, onde tem orelhão, poste iluminado, telefone celular e carro. A gente pegou uma cidade moderna, de hoje, e a transportou para a pré-história”, afirmou Paulo Menezes.

No segundo setor, o artista usou técnicas diferenciadas na alegoria que representa a Idade Média. Ele afirmou que o carro terá 16 metros de altura e será mais alto do que o abre-alas.

“Fiz o caminho inverso, primeiro a alegoria foi toda decorada e depois ela foi pintada. Por isso, ficou com um efeito muito bacana. Parece que o carro foi esculpido com a riqueza de detalhes da ornamentação”, disse o artista.

O terceiro carro apresenta o período do Renascimento com a alegoria inspirada na história da rainha da Inglaterra, Elizabeth 1ª.

Segundo o carnavalesco da agremiação, a universitária Geyse Arruda irá encarnar a alteza na passarela após ter sido hostilizada no ano passado por usar um vestido curto, em São Paulo.

“Geyse será a rainha Elizabeth. A roupa dela é baseada no vestido que causou aquela polêmica toda. É vermelho e sensual. Convidamos ela para interpretar a rainha por causa da semelhança dos preconceitos que as duas sofreram. Desde que foi coroada, a rainha sofreu preconceitos até a morte por ela ser mulher, solteira, nunca ter se casado e não ter tido filhos. E hoje, no século 21, a gente tem uma mulher que sofre preconceito por uma roupa que ela está usando também. Puxei o link das duas coisas”, disse Menezes.

Depois, a agremiação mostra o período Barroco, Rococó e Art Nouveau. “Com o Barroco, a inspiração veio da história do rei Luiz 14, o rei Sol, em uma apresentação exuberante. Já no Rococó, vamos homenagear Maria Antonieta considerada a rainha mais fashion que já existiu”, disse Menezes.

Valesca Santos, mais conhecida como Valesca Popozuda –por causa de seu grupo de funk Gaiola das Popozudas– promete brilhar na passarela com uma roupa inspirada no estilo Barroco. “Ela vem representando esse estilo, no período de Luís 14, o Rei Sol”, disse o carnavalesco da agremiação.

“Vamos retratar também o império napoleônico porque Napoleão trouxe a Grécia clássica de volta. Nessa alegoria a gente mostra a coleção de Victor Dzenk, que é um estilista brasileiro. A recente coleção que ele mostrou no último Fashion Rio foi toda inspirada na Grécia também. Ele mostra essa coleção na alegoria”, afirmou o artista.

Alguns personagens do cenário da moda internacional também serão homenageados na passarela. Além da rainha Elizabeth, Maria Antonieta e rei Luís 14, Chanel e Cleópatra também serão lembradas.

“A gente entra no século 20, no período de grandes estilistas. Vai ter efeito de luz e de vento para as roupas esvoaçarem. A Chanel será representada pela atriz Marília Pêra que será a francesa Coco Chanel nessa alegoria. Também vamos homenagear alguns estilistas internacionais como Dior, Armani e Versace. Estamos tentando trazer um deles, mas ainda não temos confirmação”, disse.

O encerramento do desfile vai prestigiar grandes nomes da moda brasileira como Zuzu Angel, Lenny Niemeyer, Alexandre Herchcovitch, Lino Vilaventura e outros.

O último carro não tem nenhuma fantasia. De acordo com Paulo Menezes, é um grande desfile de moda. Os estilistas montarão produções para 27 modelos desfilarem.

“Finalizo com uma ala de noivas homenageando Simon Azulay, estilista da década de 80, criador da Yes Brazil. Ele foi um dos grandes revolucionários da moda brasileira. Isso porque todo o desfile de alta-costura termina com uma noiva e eu estou terminando o meu assim. É uma ala com 100 noivas com um vestido criado por mim”, afirmou Menezes.