Por e-mail médico culpa colega por morte de criança em parto

O médico Sinomar Ricardo, um dos envolvidos na briga durante o parto da criança que nasceu morta, em Ivinhema, disse que é inocente e culpou o colega médico, Orozimbo Oliveira Neto, pela confusão. O comunicado foi enviado ao site Ivinoticias, que publicou o texto nesta manhã. O pai do bebê que nasceu morto, o soldado […]

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O médico Sinomar Ricardo, um dos envolvidos na briga durante o parto da criança que nasceu morta, em Ivinhema, disse que é inocente e culpou o colega médico, Orozimbo Oliveira Neto, pela confusão.

O comunicado foi enviado ao site Ivinoticias, que publicou o texto nesta manhã. O pai do bebê que nasceu morto, o soldado do Corpo de Bombeiros Gilberto de Melo Cabreira, disse que concorda em “partes” com a versão do médico. “Tem coisas que não são verdades”, disse ele.

Eis o escrito por Sinomar, publicado nesta quinta-feira pelo “Ivinoticias”.

Tenho plena consciência que este foi um crime horrível, mas por favor, leia esta até ao final.

Meu Nome é Sinomar Ricardo, sou Médico e Escritor,( sou autor de DEUSES E DEMÕNIOS DA SAÚDE BRASILEIRA)
exerço Medicina há 26 anos e nunca ninguém morreu em minhas mãos, graças a DEUS. NUNCA!!!

Eu realmente estava de plantão na noite do dia 22 e os fatos realmente passaram-se comigo, mas não como estão narrados na reportagem deste portal. Se quiserem dizer a verdade, os auxiliares de enfermagem Ivo, Cida e Marluce podem confirmar minhas palavras.

O Ivo estava comigo dentro da sala de partos, a Marluce foi quem me comunicou que a paciente estava sendo conduzida para a sala de partos e a Cida veio logo a seguir. Adentrei a sala de partos com a papeleta da paciente às mãos, após mostrá-la ao outro Médico. O Doutor Renê havia consultado a paciente durante seis mêses, o Doutor Orozimbo tinha feito apenas duas consultas, e a Doutora Helen realizado uma consulta. Esta paciente havia sido abandonada dentro do Hospital, como já fizera com outros pacientes o Doutor Orozimbo, sem passá-la para a plantonista do dia, a Doutora Elza.

Demostrei ao Doutor Orozimbo que ele não acompanhara a paciente ( Eu mantinha ressalvas a conduta deste senhor em partos que precisava de indução). Ele ficou parado, com a mão no queixo, eu entrei para a sala de partos e tentei fechar a porta. Um forte ponta-pé abriu-a e uma sarraivada de murros e chutes caiu sobre mim. A referida papeleta voou com folhas de prescrição para toda lado. A partir daí o homem que mais parecia um animal raivoso começou a dizer que eu não faria aquele parto. Eu já vira médico maluco, médico drogado e médico bêbedo, mas ainda não sabia que estava trabalhando com um abortista.

Quando a arrelia terminou, ele solicitou ao pessoal da enfermagem que aquilo ficasse só entre “nós” e que não se comentasse nada com ninguém. Achei um desaforo e chamei a Polícia Militar. Atendeu um Sargento, um cabo e um soldado, facilmente identificáveis. Aí a Secretária de Saúde foi chamada pela Diretora do Hospital. Ambas solicitaram que eu não abrisse Inquérito contra o agressor.

Enquanto discutíamos, determinei que a Doutora Elza Maria, minha esposa e que tira plantões comigo, com anuência da Diretora Administrativa do Hospital, fizesse o parto da Senhora Gislaine, já que eu não tinha condições de fazê-lo porquanto agredido fisicamente.
Durante o trabalho de parto que, corria normalmente, a Doutora Elza encontrou dentro da vagina da senhora Gislaine alguns comprimidos. Até aqui, a senhora tinha dores, ou seja contrações. Retirado os comprimidos, as dores cessaram imediatamente. Ela estava sendo induzida ao trabalho de parto e isso não foi dito e creio que o esposo dela aida não sabe.
Por que ninguém lhe disse? O único erro da Secretária de Saúde neste caso é este. Também da Diretora do Hospital.

Temos esses comprimidos em nosso poder e vamos mandar para análise laboratorial, mas tenho certeza que se trata de Citotec, substância abortiva e do conhecimento geral. Acredito que por isso o “Doutor Orozimbo” agrediu-me para eu não fazer aquele parto, pois ele sabe o quanto sou contra as práticas abortivas, pois escrevi um livro O ABORTO sobre o caso.
Solicitei a Secretária de Saúde que mandasse analisar os comprimidos, ela preferiu analisar a placenta, que constará a intoxicação. Senhor editor, Nunca em minha vida contribuí para a morte de quem quer que seja, muito menos de um feto que não tem quem o defenda. Eu so posso lamentar o ocorrido, mas não tenho culpa nenhuma, nem a criança faleceu por falta de atendimento ou por imperícia de quem estava de plantão. Talvez, digo talvez, porque confiaram em quem não deviam confiar, um elemento que em vez de roupa branca deveria usar roupa vermelha…

Quando a Doutora Elza retirou os comprimidos, os enfermeiros Ivo e Cida estavam ao seu lado. Perguntem-lhes.

Obrigado,

DOUTOR SINOMAR RICARDO

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