Assistir a um filme é sua maneira de fugir do tédio do dia a dia? Você não é o único a pensar assim: uma pesquisa da Reuters com a Ipsos constatou que mais de duas em cada cinco pessoas no mundo vão ao cinema com frequência para escapar da realidade, nem que seja apenas por algumas horas.

A pesquisa feita com mais de 24 mil adultos em 23 países foi divulgada no momento em que a indústria mundial do cinema se prepara para homenagear seus maiores talentos, na 82ª edição anual da cerimônia de entrega dos Oscar, no domingo.

Ela revelou que, dos 42% das pessoas que tendem a ir ao cinema com a maior frequência possível para escapar da realidade, a maioria é da Turquia (6%), Índia (61%), Coreia do Sul (54%) e Austrália (52%).

“Os filmes são os livros de celulóide de hoje”, disse John Wright, vice-presidente sênior da empresa de pesquisas de mercado Ipsos.

“O que uma geração fazia quando lia um romance empolgante ou romântico para escapar da realidade ou sonhar, hoje é fabricado semanalmente para a geração mais jovem, cujos integrantes são os maiores frequentadores dos cinemas”, disse ele em comunicado.

Mas nem todas as pessoas acreditam no poder escapista dos filmes. A pesquisa mostrou que a maioria –58% dos entrevistados– não vê o cinema como maneira de fugir do mundo real e não faz questão de assistir ao maior número possível de filmes.

Os países cujos habitantes mais tendem a pensar assim são a Hungria (76%), Holanda (74%), México (74%), Suécia (71%) e Alemanha (70%).

Também é o caso do Brasil: 47% disseram acreditar que o cinema seja escapista, enquanto 53% rechaçaram a possibilidade.

Mas existe surpreendentemente pouca diferença entre homens e mulheres, ou entre pessoas de diferentes faixas de renda. Contudo, os entrevistados com menos de 35 anos mostraram mais tendência a escapar da realidade através de filmes (49%), comparados às pessoas mais velhas, de entre 35 e 54 anos (36%).

Wright disse que isso pode ser explicado pela adesão da geração mais jovem à tecnologia.

“Com a explosão da tecnologia de longo alcance, as pessoas não assistem a filmes, simplesmente –elas vivenciam os filmes, como participantes imersos em uma experiência multidimensional, ou podem criar algo elas mesmas e compartilhá-lo com o mundo por meio de um simples download, sem precisarem de pipoca”, disse ele.

A tabela de resultados abaixo, fruto da pesquisa realizada entre novembro e janeiro, começa com os países cujos cidadãos mais concordam com a afirmação de que “filmes e cinema são minha fuga do mundo real; assisto ao maior número de filmes possível, com a maior frequência possível”. Todas as cifras são porcentagens.