O técnico Carlos Alberto Parreira descartou, nesta segunda-feira, durante entrevista coletiva em Johannesburgo, assumir o comando da seleção brasileira depois da demissão de Dunga, anunciada no último domingo pela CBF.

Treinador do Brasil nas Copas de 1994 e 2006 e comandante da África do Sul neste Mundial, ele ressaltou que o seu ciclo na seleção já se encerrou. “É claro que a pressão agora sobre o treinador brasileiro vai aumentar muito, a responsabilidade será bem maior. Eu estou completamente descartado, não sou mais treinador de

seleção”, avisou o comandante do tetracampeonato de 94.

Parreira também evitou apontar possíveis substitutos ou técnicos de sua preferência para o lugar de Dunga. “Cabe agora ao Ricardo Teixeira (presidente da CBF) escolher com calma quem será o novo treinador, porque ele terá uma responsabilidade muito grande e a pressão vai aumentar muito”, repetiu.

Parreira ainda lamentou a postura da seleção brasileira no segundo tempo da partida contra a Holanda, na última sexta-feira, quando os jogadores dirigidos por Dunga mostraram descontrole emocional. “O time foi muito bem no primeiro tempo. Jogou de forma maravilhosa. O time, não sei por que, se descontrolou de maneira incrível depois do primeiro gol holandês e, depois, de forma definitiva após o segundo gol da

Holanda. Havia jogadores que já estavam em outras Copas que não poderiam ter ficado tão nervosos como ficaram”, reforçou Parreira.

O treinador ainda ressaltou que achou “estranho” o time ter perdido a cabeça mesmo contando em campo com a presença de jogadores que já disputaram outras Copas do Mundo, como Kaká, Juan e Lúcio, que estiveram nos Mundiais de 2002 e 2006, além de Robinho, que atuou na Alemanha na edição passada da competição.