A cúpula do PT regional descartou hoje qualquer mudança na chapa composta por Zeca do PT e Tatiana Ujacow (PV) para o governo do Estado em razão de orientação do diretório nacional.

Ontem, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, divulgou ter orientado os diretórios regionais do partido a romper as coligações nos estados com legendas que tenham lançado candidato à Presidência. O PV tem Marina Silva como candidata à sucessão presidencial.

O objetivo da medida é não perder o direito de exibir imagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da candidata petista à Presidência da República , Dilma Rousseff, na propaganda de seus candidatos a governador.

A decisão ocorreu após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) definir que candidatos a governador, vice e senador não podem exibir imagens de candidatos à Presidência ou seus aliados caso sejam adversários na disputa pelo Palácio do Planalto. A definição é, na verdade, resposta a uma consulta que nem chegou a ser validada porque o TSE pretende reexaminar a questão.

Em MS, os petistas continuam trabalhando normalmente pela chapa Zeca-Tatiana e, na segunda-feira, dia 5 de julho, vão registrá-la no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral) de Mato Grosso do Sul. A expectativa é de que o PT nacional nem precise levar a orientação adiante porque o TSE ainda pode mudar sua interpretação sobre tema tão controverso.

Ademais, se precisar fazê-la valer, a medida deve atingir grandes centros eleitorais e poupar estados onde a mudança não seja possível, caso de MS, pois o PV indicou a vice Zeca, situação já consolidada, na visão dos petistas.

Em São Paulo, por exemplo, o diretório regional do PT deverá romper a coligação PSL. O partido lançou Américo de Souza à Presidência.

Segundo o próprio Dutra, a medida é uma orientação aos diretórios regionais, e não uma determinação. “Não dá para impor”, explicou.

A decisão do TSE gerou tantas dúvidas entre os candidatos que, diante da confusão causada, o TSE decidiu na quinta-feira (1º) reavaliar o caso em agosto, devido ao recesso do Judiciário.

Quando soube da resposta do TSE, a primeira avaliação de Dutra foi de que não valeria a pena manter coligações que acrescentam 30 segundos ou menos ao tempo de propaganda eleitoral. “É melhor perder esse tempo de propaganda do que a imagem da candidata Dilma ou do presidente Lula”, explicou Dutra.

De acordo com o presidente do PT, “a questão será avaliada caso a caso para saber em quais estados será possível desfazer a coligação”.

Confusão

O presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, admitiu que ocorreu uma confusão causada pela decisão do tribunal. Para ele, a revisão do assunto pode esperar, uma vez que a propaganda eleitoral no rádio e na televisão começa no dia 17 de agosto e vai até 30 de setembro.

“A matéria é extremamente complexa e o que nós temos que fazer é uma segunda reflexão sobre o tema aguardando o pronunciamento do tribunal sobre o assunto em agosto”, avaliou o presidente do TSE.

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