As conversações patrocinadas pelas Nações Unidas para um acordo internacional sobre a mudança climática andaram para trás em vez de avançar rumo a um tratado, porque os países fazem pouco progresso em seus compromissos para o corte de emissões de gases causadores do efeito estufa e acrescentam mais propostas ao documento de trabalho.

No encerramento da rodada de negociações em Bonn, nesta sexta-feira, 6, muito trabalho ainda resta a ser feito nas reuniões previstas para Tianjin, na China, e Cancún, México.

“Vim a Bonn na esperança de um acordo em Cancún, mas neste momento estou muito preocupado e vi alguns países se afastando do progresso feito em Copenhague”, disse o enviado adjunto dos EUA, Jonathan Pershing.

Um novo texto em discussão chegou a 34 páginas, de uma proposta original com 17, à medida que novas propostas são acrescentadas e propostas antigas, reinseridas.

O texto-base contém um conjunto de propostas de resolução para o debate final em Cancún, marcado para novembro, e inclui o impacto da agricultura nas emissões, mecanismos para o mercado de carbono e a mecânica e os impactos de uma transição para uma economia de baixas emissões.

Um dos principais negociadores da União Europeia (UE), Artur Runge-Metzger, acusou alguns países que acrescentarem pontos ao texto num esquema de troca de favores, e disse: “É importante que em Tianjin esse espírito mude”.

A chefe das Nações Unidas para as negociações, Christiana Figueres, disse que o texto não pode crescer mais e que algum progresso foi feito. “Se você olhar para o quadro geral, temos progresso aqui em Bonn. É difícil preparar uma refeição sem uma panela, e os governos estão muito Amis próximos de criar a panela”, disse ela.

A Rede de Ação Climática, uma coalizão de cerca de 500 organizações sem fins lucrativos, disse que os chefes de Estado precisam dar a seus representantes diretrizes mais claras para que possa haver progresso em Cancún.