O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou nesta segunda-feira, 16, que o governo não enviará a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por adultério e assassinato, ao Brasil, como haviam proposto as autoridades brasileiras.

Ahmadinejad respondeu aos apelos da comunidade internacional para que a iraniana não fosse executada dizendo que o número de pessoas que pedem a revisão da pena “é muito pequeno”.

Na entrevista televisionada nesta segunda, Ahmadinejad disse que acredita não haver necessidade de enviar Sakineh ao Brasil, que lhe ofereceu refúgio, e que o poder Judiciário do Irã se oporia a tal decisão.

Sakineh foi condenada em 2006 por manter relações ilícitas com dois homens após ficar viúva, o que, segundo a lei islâmica, também é considerado adultério. Primeiramente a pena foi de 99 chibatadas, depois convertida em morte por apedrejamento.

Em julho deste ano, seu advogado Mohammad Mostafaei tornou público o caso em um blog na internet, o que chamou a atenção da comunidade internacional. Perseguido pelas autoridades iranianas, ele fugiu para a Turquia, de onde buscou asilo político na Noruega.

O governo brasileiro ofereceu refúgio a Sakineh, o que foi rejeitado por Teerã. A pena de morte foi mantida por um tribunal de apelações, que acrescentou ao caso a acusação de conspiração para a morte do marido. O destino de Sakineh deve ser definido no dia 21 de setembro.