Uma procura mais forte por ações de bancos e um equilíbrio entre oferta e demanda de ações da Vale ajudaram hoje o índice Bovespa a fechar em alta hoje, na contramão dos mercados acionários globais.

Enquanto no mundo as bolsas sucumbiram à série de indicadores econômicos negativos na China, Europa e Estados Unidos, que mostraram atividade industrial mais fraca e elevaram os temores dos investidores sobre a recuperação econômica global, a Bolsa de Valores de São Paulo se apoiou em papéis do Banco do Brasil, Itaúsa, Itaú Unibanco e Bradesco, que estiveram entre os de maior valorização na sessão.

“O sucesso da oferta de ações do Banco do Brasil sinalizou que há apetite por ações de bancos”, apontou Dany Rappaport, sócio da Investport Gestão de Recursos. Ele ressaltou ainda que o desempenho das ações da Vale, que oscilaram em torno da estabilidade ao longo da sessão e fecharam em alta, também contribuiu para manter o principal índice da Bolsa brasileira no azul, à frente das americanas. “Vale ficou atraente depois da forte queda de ontem”, comentou.

Nesta primeira sessão de julho, o Ibovespa fechou em alta de 0,49%, a 61.236,20 pontos. Ao longo da sessão, atingiu a mínima de 60.055,71 pontos, queda de 1,44%, e a máxima de 61.381,03 pontos, alta de 0,73%. No ano, o Ibovespa acumula perda de 10,72%. O volume financeiro somou R$ 7,22 bilhões hoje. Os dados são preliminares.

O papel do Banco do Brasil liderou o ranking das ações mais valorizadas na Bovespa hoje. A ação BB ON subiu 6,13%, a R$ 26,16, com giro financeiro de R$ 815,122 milhões, o segundo maior do pregão. Na sequência, vieram as ações Itaúsa PN, com alta de 4,67%; Itaú Unibanco PN, com valorização de 4,65%; e Bradesco PN, em alta de 4,48%.

As ações da Vale fecharam em alta. O papel PNA, o mais negociado na sessão, com giro de R$ 847,875 milhões, obteve valorização de 0,71%, a R$ 38,18. O papel ON fechou em +0,44%, cotado a R$ 43,84. Petrobras, por sua vez, registrou quedas: a ação ON cedeu 2,61%, a R$ 30,19, e a PN recuou 1,53%, a R$ 26,45.

O mercado abriu sob o efeito do dado da China, onde o índice de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) caiu para 52,1 em junho, de 53,9 em maio. O mau humor estendeu-se à Europa, onde o PMI da zona do euro recuou para a mínima em quatro meses de 55,6 em junho, de 55,8 em maio, e se intensificou com indicadores dos Estados Unidos. O índice Instituto para Gestão de Oferta de atividade industrial (ISM, na sigla em inglês) dos Estados

Unidos declinou para 56,2% em junho, de 59,7% no mês anterior, enquanto as vendas pendentes de imóveis recuaram 30% no mês passado e os pedidos de auxílio-desemprego feitos na semana passada aumentaram 13 mil, contrariando a expectativa de queda de 7 mil. O número corrobora as expectativas de que o payroll amanhã pode mostrar novamente queda na oferta de trabalho em junho.

Em Nova York, o Índice Dow Jones fechou em queda de 0,42%, em 9.732,53 pontos; o Nasdaq cedeu 0,37%, para 2.101,36 pontos; e o S&P500 recuou 0,32%, para 1.027,37 pontos.