Pular para o conteúdo
Geral

Mulher tem mais dificuldade de parar de fumar, diz especialista

“A mulher tem mais dificuldade de parar por causa do vício psicológico, do medo de engordar e do próprio vício da nicotina, que é mais forte nelas"
Arquivo -

“A mulher tem mais dificuldade de parar por causa do vício psicológico, do medo de engordar e do próprio vício da nicotina, que é mais forte nelas”

O Dia Nacional de Combate ao Fumo, cujo o tema este ano é a mulher, é comemorado na capital do Distrito Federal (DF) com uma série de atividades no Parque da Cidade Sarah Kubitscheck. Promovido pela Secretaria de Saúde do DF, o evento conta com apresentações de artistas locais, aulas de tai chi chuan e música. Os organizadores esperam que mais de mil pessoas passem pelo local para se informar sobre os malefícios do cigarro e as formas de parar de fumar.

De acordo com o coordenador do programa de antitabagismo da secretaria, Celso Antônio Rodrigues da Silva, as mulheres, por questões hormonais, tendem a se viciar mais facilmente do que o homem e têm mais dificuldades de parar de fumar. Além disso, segundo ele, uma mulher que começa a fumar na adolescência, tem 30 vezes mais chance de desenvolver doenças como o câncer até os 30 anos de idade.

“A mulher tem mais dificuldade de parar por causa do vício psicológico, do medo de engordar e do próprio vício da nicotina, que é mais forte nelas. A cada 20 pessoas que procuram um de nossos grupos para se tratar contra o tabagismo, 16 são mulheres”, afirmou.

Segundo Silva o DF gasta cerca de R$ 18 milhões por mês para tratar apenas de pessoas com as 23 doenças mais recorrentes relacionadas ao fumo. “A verba de assistência da secretaria, usada para tratar todas as doenças, é de R$ 21 milhões por mês. Imagine gastar R$ 18 milhões tratando só as relacionadas ao cigarro. E isso sem considerar que no total são mais de 60 doenças relacionadas ao fumo”, disse.

Ele também informou que o governo local arrecada com o IMCS sobre a venda de cigarros fica muito aquém do que é gasto para tratar os doentes. “De janeiro a julho deste ano o DF arrecadou R$ 6,2 milhões com o imposto sobre a venda”. e as cidades satélites têm 310 mil fumantes, das quais 2.600 morrem todos os anos por fatores relacionados ao fumo.

Para Maria Junqueira, que fumou dos 10 aos 33 anos, a batalha foi árdua e durou cerca de cinco anos. Ela disse que começou a fumar ainda menina, numa época em que tragar era considerado “chique e divertido”. “Eu roubava um cigarro do meu pai, ou fazia um cigarro de palha. No interior isso era comum. Além do mais, minhas tias fumavam, minha mãe fumava escondido do meu pai e nós fumávamos juntas”.

Ao engravidar, contudo, ela decidiu abandonar o vício pelo bem do bebê. “Eu nunca mais voltei, mas passei cinco anos com vontade. Eu acordava de madrugada querendo fumar, sonhava que estava fumando”, conta ela, que está há 24 anos sem fumar.

Já a amiga de Maria, Marli Cascão, largar o cigarro foi um pouco mais fácil. Ela disse que teve força de vontade para parar com os dois maços que fumava por semana. “Eu sempre gostei de andar perfumada, comia comida natural, e um dia resolvi deixar o cigarro porque aquilo estava me incomodando”. Segundo Marli, a tática foi deixar um maço fechado na bolsa e dizer que estava apenas “dando um tempo”, e não que estava parando definitivamente. A estratégia funcionou e ela está há 18 anos sem fumar. “Se a gente disser que vai parar, aí fica mais difícil, dá mais vontade”, disse.

Mas não são só as mulheres que se preocupam em deixar de fumar. O jovem Maxsuel Teixeira da Luz, de 25 anos, diz que fuma “pouco”, de sete a dez cigarros por dia. Mesmo assim, ele procurou o estande da Secretaria de Saúde no parque para medir a quantidade de monóxido de carbono no pulmão e colher informações sobre como deixar o vício, que começou há dois anos.

“Eu sei que não existem quantidades seguras para o consumo de cigarro e também sei que hoje eu não sinto nada, mas, amanhã, posso sentir”, afirmou. Luz acredita que eventos como este têm mais efeito sobre o fumante que propagandas em rádio e TV. “Para quem tem interesse em parar de fumar, esse corpo a corpo é ótimo. Ajuda a motivar e dá informações sobre como parar”, afirmou.

No Distrito Federal, segundo a Secretaria de Saúde, existem mais de 60 centros preparados com médicos, psicólogos e até nutricionistas espalhados pelas cidades satélites para ajudar quem quiser deixar o tabagismo.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Modismo da vez, Bobbie Goods e Labubu representam busca por conforto emocional e identidade

‘É ele quem me dá suporte’: pai encontra força no filho sobrevivente após perder família em acidente

Justiça enterra pedido do Consórcio Guaicurus e mantém multa de R$ 150 mil por ônibus cheios na pandemia

Criança cai de 4° andar de navio da Disney e pai pula para salvá-la

Notícias mais lidas agora

Advogado acusa MPMS de tumultuar processo e pede ‘intervenção’ do STF

‘É ele quem me dá suporte’: pai encontra força no filho sobrevivente após perder família em acidente

Justiça enterra pedido do Consórcio Guaicurus e mantém multa de R$ 150 mil por ônibus cheios na pandemia

Grêmio Real vira sobre o Grêmio Santo Antônio e embola disputa pela ponta do Estadual Sub-20

Últimas Notícias

Polícia

Mecânico que matou família em acidente na BR-060 não era habilitado para dirigir carro

Policiais rodoviários federais que atenderam a ocorrência prestam depoimento na primeira audiência do caso nesta segunda-feira (30)

Transparência

Dentista flagrado dirigindo bêbado faz acordo com MPMS para atender crianças de graça

Profissional foi flagrado dirigindo em alta velocidade e em zigue-zague

Mundo

Casa Branca diz que Trump quer acabar com a guerra em Gaza

Donald Trump tem como prioridade liberar reféns

Brasil

PR: Adolescente mata avó após ser proibido de usar o celular

Disparos também acertaram o avô, que foi encaminhado ao hospital