A idosa Sotênia Espíndola de Souza, de 69 anos, que na quinta-feira à tarde foi picada por uma cobra na fazenda Lagoa Parada, no Alto Pantanal, está sendo levada agora pela manhã para Coxim em uma ambulância do Corpo de Bombeiros. Ela foi transportada ontem de sua fazenda até a sede da fazenda Bom Jesus, de trator, tendo em vista que a região está bastante alagada e outros veículos não conseguem transitar.

A equipe dos Bombeiros de Coxim encontrou a idosa na Fazenda Bom Jesus, onde ela pernoitou, após ter sido medicada. Uma moradora da fazenda, Rosilene de Arruda, disse que a idosa estava bem, não havia inchaço no pé onde a cobra picou, tampouco ela se queixava de dores.

Como é bastante obesa, Sotênia caminha com dificuldades. Ela contou que a cobra que a atacou tem mais de um metro de comprimento e cor azulada. No momento da picada verteu sangue do local. Na fazenda – de sua propriedade – não havia nenhum medicamento, ela então recorreu ao benzimento. Um morador do local fez a reza e após isso, a idosa disse que escorreu “um líquido branco” do local em que a cobra picou.

Isso aconteceu na tarde da quinta-feira. Só ontem, após muita luta, Sotênia conseguiu chegar à Fazenda Bom Jesus, onde passou a noite. Rosilene conta que já não havia nem sinal de marcas das presas da cobra no pé de Sotênia, apenas “um leve vermelhão”. Mesmo assim a equipe dos Bombeiros de Coxim aplicou várias injeções de soro antiofídico na paciente.

Por volta das 9h chegou uma caminhonete de uma fazenda vizinha que levou Sotênia até a sede da fazenda Pirizal, onde a viatura do Corpo de Bombeiros aguarda para prosseguir viagem até Coxim. Da fazenda Pirizal à cidade ainda resta uma distância de aproximadamente 100 quilômetros, por estradas ruins. A viagem deve demorar mais de seis horas, portanto só no meio da tarde ela deve, finalmente, chegar ao hospital.

Helicópteros

O drama vivido pela idosa já dura três dias e teve um registro lamentável. Ontem ao meio-dia um helicóptero da Base Aérea de Campo Grande tentava operação de decolagem no pátio do Hospital Regional, após ter apanhado soro antiofídico para socorrer a paciente, quando o piloto perdeu o controle da aeronave. Ninguém ficou ferido na queda, mas houve prejuízos de grande monta.

O helicóptero, modelo H1H, do Esquadrão Pelicano, se partiu em dois. A parte da cauda se separou da cabine. Caiu sobre dois veículos de funcionários do hospital. A FAB (Força Aérea Brasileira) garante que vai ressarcir todos dos prejuízos. Os destroços foram removidos hoje.

Segundo o genro da vítima, Cleider de Souza Costa, ontem após o acidente sua esposa (Helena Espíndula da Silva Costa, que é filha de Sotênia) foi informada pela Força Aérea que outro helicóptero teria se deslocado para socorrer a idosa. Entretanto, a aeronave não teria localizado a fazenda e regressado a Corumbá. O socorro precisou ser feito por terra.