A mulher do goleiro Bruno, Dayane Souza, foi presa em flagrante, na noite de sexta-feira, depois que os policiais encontraram o filho de Eliza Samúdio com o camisa 1 do Flamengo, de 4 meses, no apartamento de uma amiga da mulher do jogador, em Minas Gerais.

A prisão aconteceu durante o depoimento de Dayane na Delegacia de Homicídios de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, por subtração de incapaz. No início da manhã deste sábado, a Justiça concedeu liberdade provisória para a mulher do jogador.

O desaparecimento da estudante Eliza Silva Samudio, 25 anos, começou a mobilizar as divisões de Homicídios de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Desde a noite de quinta-feira, policiais procuram a jovem que, no ano passado, acusou o goleiro Bruno, do Flamengo, de tê-la agredido e forçado que tomasse remédios abortivos para que perdesse o bebê durante a gravidez.

Às 23h de quinta-feira, a Divisão de Homicídios (DH) do Rio recebeu um ofício da DH de Contagem, solicitando uma diligência. Policiais foram até um endereço em Curicica, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, para tentar encontrar Eliza, que não estava. Duas amigas da jovem, então, foram levadas à delegacia para depor. As moças contaram que, há cerca de três semanas, não têm notícias de Eliza.

“O relacionamento deles havia melhorado e ela chegou a dizer que Bruno queria que ela fosse morar em Minas para a criança ficar mais perto da família dele. Na sexta-feira, dia 4, nós nos falamos. Já no sábado eu liguei e o telefone dela passou a dar indisponível”, disse M., preocupada com o desaparecimento da amiga. “Além de nós, aqui no Rio, ela só tinha uma amiga em São Paulo. Mas não consigo mais falar com a Eliza de jeito nenhum”, afirmou.

A advogada da jovem, Anne Facó, também não tem notícias da cliente. “Venho ligando para ela há semanas, quase diariamente, e não consigo contato”, afirmou ela.

Por meio de sua assessoria, Bruno disse não saber do paradeiro de Eliza, nem do filho. “Não tenho contato com essa mulher há mais de dois meses. Nunca a levei para Minas. Nas férias fui para minha fazenda com a Dayane, minha esposa, e minhas filhas. A Dayane continua lá, e eu voltei para treinar”, afirmou o goleiro.

A Polícia Civil mineira não fala sobre o caso. Mas a versão do jogador do Flamengo contradiz os depoimentos tomados ontem pela DH de Contagem. Três pessoas teriam dito que o bebê recém-nascido foi levado até a fazenda por um amigo do jogador, conhecido como Macarrão, no dia 7, e que permaneceu no local até o início da tarde ontem, aos cuidados de Dayane.

No fim da tarde, agentes estiveram no sítio e não encontraram nem o menino nem a mulher de Bruno.

As amigas e a advogada de Eliza desmentiram a versão de que ela e Bruno não se falavam há mais de dois meses. “Faz menos tempo do que isso e ela me disse que estava à procura de um apartamento em Belo Horizonte”, disse Anne Facó, lembrando que o resultado do DNA de paternidade do goleiro ainda não ficou pronto.

“Eles vinham se falando sempre e ela acreditava nele, pois o Bruno já a tratava melhor. Há pouco tempo ele pediu o álbum com todas as fotografias do bebê e ela deu tudo”, afirmou outro amigo da desaparecida.

O pai da jovem, Luiz Carlos, se mostrou apreensivo com o sumiço. “Ela ficou de vir pra cá em junho, mas há três meses não conseguimos falar com ela. Nem pelo telefone, nem pela internet. Estou desconfiado que algo aconteceu. Mas se o Bruno mandou tocar num fio de cabelo da minha filha, ele tem que saber que isso não vai ficar assim”, afirmou.

A polícia já iniciou um rastreamento das antenas do celular para saber os passos de Eliza desde que ela sumiu, no dia 5.