MPF apura se esquema relatado por Rigo desviou verbas federais

Ao receber representantes de sindicatos e movimentos sociais, nesta manhã, o procurador-chefe do MPF (Ministério Público Federal), Blal Yassine Dalloul, informou que o órgão acompanha as investigações do MPE (Ministério Público Estadual) para saber se houve desvio de recursos federais no esquema relatado em gravação pelo primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado es…

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Ao receber representantes de sindicatos e movimentos sociais, nesta manhã, o procurador-chefe do MPF (Ministério Público Federal), Blal Yassine Dalloul, informou que o órgão acompanha as investigações do MPE (Ministério Público Estadual) para saber se houve desvio de recursos federais no esquema relatado em gravação pelo primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ary Rigo (PSDB).

Blal Yassine Dalloul disse ter se reunido com o procurador-chefe do MPE, Paulo Alberto de Oliveira para tratar do trabalho em conjunto. Dalloul mencionou ainda que acredita que Polícia Federal deva atuar mais efetivamente no trabalho de investigação.

No vídeo, o parlamentar detalha suposto esquema de partilha de dinheiro público entre membros dos três poderes de Mato Grosso do Sul e, conforme lembraram os representantes de entidades, fala em “convênios” que podem ter sido realizados com o governo federal, daí surgiu a suspeita de desvio de dinheiro da União.

“Por enquanto, não sabemos ainda se há recursos federais, mas se houver tomaremos providências contra os culpados”, disse Dalloul. Segundo ele, a abertura de uma ação paralela por parte do MPF dependeria de provas. Por enquanto, em sua opinião, o vídeo com o relato de Rigo é “uma voz que trouxe fatos”, mas que precisam ser apurados.

“Ainda não temos certeza de que há ou não recursos federais. O fato do MPE estar com a disposição de atuar conjunto com o MPF é muito importante porque se for detectado que há verbas federais não há dúvidas de que vamos tomar providências”, mencionou durante entrevista ao final da reunião com os sindicalistas.

Na mesma entrevista, o procurador mencionou ter encaminhado documento à Procuradoria-Geral da República no qual informa que no vídeo onde se relata possível esquema ilegal foram citadas pessoas que tem foro privilegiado por prerrogativa de função. Rigo mencionou o ex-chefe do MPE, procurador Miguel Vieira, o desembargador Claudionor Duarte e o governador André Puccinelli (PMDB), como supostos beneficiários da partilha irregular.

Em posse das investigações, a procuradoria deverá fazer uma investigação também. “A nossa entrada na investigação tem como objetivo garantir que o MPE e a Procuradoria-Geral da República atuem em conjunto. Fazendo uma investigação só”, explicou. Na possibilidade de se constatar desvio de recursos federais haverá procedimento específico com MPF, mas aproveitando o trabalho feito pelo MPE.

Dalloul disse aos sindicalistas que o MPF também compartilha da indignação que tomou conta da sociedade após a divulgação do vídeo, mas destacou que não se deve confundir pessoas com instituições. Ele recebeu o documento no qual as entidades pedem investigações e punição aos culpados.

Os representantes de entidades estiveram nesta semana protestando na Assembleia Legislativa. Ontem, o presidente da Casa Jerson Domingos (PMDB) anunciou que a Corregedoria vai abrir procedimento para apurar as declarações do parlamentar. O primeiro passo é ouvir o próprio deputado.

Rigo foi gravado sem saber pelo ex-secretário de governo da prefeitura de Dourados, Eleandro Passaia, que atuou como espião da PF na Operação Uragano que desmantelou esquema de fraudes em licitações e corrupção no município. O prefeito afastado Ari Artuzi está preso desde o dia 1º na Capital acusado de ser o chefe da rede de crimes.

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