O ex-presidente da Argentina Nestor Kirchner, de 60 anos, morreu nesta quarta-feira, 27, em El Calafate, na Patagônia argentina.

Kirchner, que sofria de problemas cardíacos, teve uma parada cardiorespiratória nesta madrugada. Ele foi levado a um hospital na cidade turística de El Calafate, na província de Santa Cruz, mas não resistiu. Hoje é feriado do censo no país, quando os argentinos devem ficar em casa para responder as perguntas dos recenseadores.

Kirchner era cotado para suceder sua mulher, a presidente Cristina Kirchner, como candidato do governo nas eleições do ano que vem. Ele também exercia o cargo secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e de deputado federal pelo Partido Justicialista (peronista).

O ex-presidente, que governou a Argentina de 2003 a 2007, já havia sido internado por problemas de saúde três vezes este ano. Na última, em setembro, foi submetido a uma angioplastia.

Carreira política

Kirchner ganhou projeção nacional ao se tornar governador da província de Santa Cruz, por dois mandatos na década de 90.

Após a renúncia do presidente Fernando de La Rua (1999-2001), devido a uma grave crise econômica, a presidência do país foi assumida por Eduardo Duhalde, responsával por completar o mandato até 2003.

Nas eleições de abril daquele ano, Kirchner saiu como candidato da Frente para a Vitória e ficou em segundo lugar, atrás do ex-presidente Carlos Menem. Antes do segundo turno, Menem desistiu da candidatura e Kirchner foi declarado vencedor.

Durante seu governo, Kirchner conseguiu tirar a Argentina da recessão e antecipar o pagamento de empréstimos ao FBI, bem como aumentar os salários e pensões e diminuir a pobreza. O mandato de Kirchner também foi conhecido pela reabertura de julgamentos da ditadura argentina (1976-1983).

Em 2007, lançou sua esposa, a então senadora Cristina Kirchner como candidata a sua sucessão, que também foi eleita.