A desempregada Susi Mendes, 37, e o esposo Anderson Oliveira, 38, trabalham juntos na coleta de madeiras, pisos e plásticos no aterro sanitário do Jardim Noroeste, onde todos os dias toneladas de entulhos são despejados. “Temos dois filhos adolescentes, um menino de 13 anos e uma menina de 15 anos. Antes, trabalhava de empregada doméstica mas as minha patroas eram muito exigentes daí eu decidi trabalhar aqui. Mas é duro hein ficar aqui. O sol é muito forte e quando chove temos que parar”.

” O lado bom é que construímos uma casa de duas peças com as coisas que coletamos aqui. Moro aqui no Leon, a única coisa que comprei foi o cimento para construir a minha casa, porque os resto – como tijolo, piso quebrado, pia e vaso de banheiro – foi tudo daqui. Eu tiro R$ 45 por dia . E o meu esposo também”.

Quando indagada sobre trabalho infantil, ela disse “lugar de criança é na escola ou em casa ou creche brincando. Eu que sou adulta não agüento este pique imagina uma criança suportar carregar fardos pesados, sem qualquer proteção. Eu não deixo os meus filhos trabalharem aqui. Eles estudam e ficam em casa assistindo televisão”, respondeu Susi.