Centenas de parentes e amigos estiveram presentes no final da manhã deste sábado no enterro do menino Wesley Guilber Rodrigues de Andrade, de 11 anos, no cemitério de Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro.

A criança morreu na sexta-feira após ser atingida por uma bala perdida enquanto assistia aula no Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Rubens Gomes, em Costa Barros, também na zona norte da capital fluminense.

“Ele era um filho exemplar. Era meu filho e meu amigo”, disse, muito abalado, o pai de Wesley, o comerciário Ricardo Freire de Andrade. “Quero saber se quem tirou a vida de um menino de 11 anos consegue dormir tranquilamente”, indagou.

Wesley foi atingido no peito por um disparo de fuzil quando a Polícia Militar realizava uma operação na região onde está localizado o colégio que o menino estudava. O sepultamento da criança foi pago pelo governo estadual do Rio, segundo contou o pai da vítima. Natural de Pernambuco, o comerciário relatou que já pretendia retornar para Recife no final deste ano.

“Queria que meu filho fosse enterrado em Recife, mas me disseram que não tinha tempo para embalsamá-lo e fazer o traslado”, disse. “Meu filho veio de tão longe para morrer aqui”, avaliou, completando que Wesley tinha o sonho de ser bombeiro.

Muito emocionada, a mãe de Wesley, a doméstica Islaine Rodrigues do Nascimento, não quis falar com jornalistas. A avó do menino chegou a passar mal durante o enterro, que aconteceu sob aplausos e uma chuva de pétalas de rosas vermelhas. Wesley morava com a mãe, o padrasto e a irmã de três anos. Os pais do menino são divorciados.