As medidas anunciadas pelo governo para conter a queda do dólar deverão ter efeitos mais imediatos, por isso é preciso analisar a necessidade de adoção de medidas “mais fortes” e de longo prazo, avalia o economista e ex-diretor do Banco Central Carlos Eduardo Freitas.

Ontem (18) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 4% para 6% sobre investimentos de estrangeiros em renda fixa. O governo também aumentou de 0,38% para 6% a alíquota do IOF cobrado sobre a margem de garantia dos investimentos estrangeiros no mercado futuro – derivativos.

Para Freitas, é possível que as medidas inviabilizem os investimentos de curto prazo, mas no período mais longo podem não surtir os efeitos desejados. Ele ponderou entretanto, que o governo está agindo com cautela para “ver a disposição dos investidores antes de tomar uma medida mais forte”. Na avaliação do economista, o resultado de medidas desse tipo é percebido com rapidez, ou seja, ao longo desta semana será possível observar os efeitos.

Freitas acrescenta que entre as possibilidades para conter a queda do dólar estão a fixação de prazo mínimo para a permanência de capital estrangeiro em investimentos de renda fixa ou seguir o caminho da Tailândia, que estabeleceu imposto de 15% sobre ganhos de capital de estrangeiros com bônus do governo tailandês.

“É preciso uma correção de longo prazo para um problema que é agudo”, destaca Freitas. Ele lembra que a queda do dólar é uma preocupação de diversos países, gerada pela política monetária americana de juros baixos. “A política monetária frouxa dos Estados Unidos está inundando o mundo de liquidez”, afirmou.