MEC exige itens de segurança de gráfica do Enem
Procura-se uma gráfica de segurança máxima para imprimir o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No ano passado, o exame virou caso de polícia: a prova foi furtada da gráfica e acabou adiada. “[O Enem] não está passando a sensação de ser um exame seguro, um exame moderno de seleção”, diz a aluna Priscila Esteves. […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Procura-se uma gráfica de segurança máxima para imprimir o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No ano passado, o exame virou caso de polícia: a prova foi furtada da gráfica e acabou adiada.
“[O Enem] não está passando a sensação de ser um exame seguro, um exame moderno de seleção”, diz a aluna Priscila Esteves.
“Você estuda para aquele dia e, de repente, a prova foi roubada”, afirma Isis Abreu.
“Ele passou a valer muito, passou a ser a porta de entrada para cursos muito cobiçados. Quando isso acontece é como transportar dinheiro, uma coisa muito cobiçada”, diz o especialista em avaliação Leandro Tessler, da Universidade da Campinas (Unicamp).
Este ano, o Ministério da Educação (MEC) exige da gráfica itens como raio-x e detectores de metais; funcionários identificados por impressão digital; câmeras a cada 20 metros quadrados, monitoradas 24 horas e vigilantes a cada cem metros quadrados.
Tudo está especificado em um documento com as regras para a concorrência. A escolhida deveria ser a gráfica que cumprisse todos os itens de segurança pelo menor preço. O valor mais baixo foi oferecido pela Gráfica Plural, que é a mesma de onde a prova foi furtada no ano passado. Mas o MEC recusou a gráfica e, agora, a Plural pede na Justiça a revisão da decisão.
O Fantástico entrou na gráfica no exato dia em que os testes de impressão deveriam ter começado. O diretor geral não quis gravar entrevista, mas contou que desde o ano passado, quando o Enem foi roubado lá de dentro, cerca de R$ 15 milhões foram investidos em equipamentos de segurança.
Para a empresa, o MEC deveria ter visitado o local antes de decidir pela desclassificação na concorrência do Enem.
Para o MEC, a verificação era desnecessária porque, como indica um documento, a Plural não tem experiência com trabalhos que exigem tanta segurança.
A Justiça decide esta semana onde a prova será impressa. Enquanto isso, nada acontece em uma área restrita, que a Plural garante estar pronta para imprimir a prova.
“Eu esperava que este ano corresse tudo perfeitamente”, diz o estudante Lucas Furushio.
“Um dos objetivos era acabar com o estresse do vestibular. Agora, está sendo criado o estresse do Enem”, diz a educadora Maria Helena Guimarães de Castro, que fez parte da equipe do MEC que criou o Enem, em 1998, quando 160 mil alunos prestaram a prova. “Era uma referência individual de avaliação. Não era seleção”.
Mas no ano seguinte, o Enem já começou a valer pontos em vestibulares importantes. Dez anos depois, a grande mudança: o Enem passou a ser usado por universidades federais no lugar do vestibular. Este ano, 4,5 milhões de alunos se inscreveram.
“Na medida que você aumenta o tamanho, a chance de as coisas darem errado aumenta”, afirma Leandro Tessler.
Atraso
Os estudantes querem saber: o Enem deste ano vai atrasar? O Fantástico levou a dúvida dos alunos até Brasília, para o responsável pela prova. O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Joaquim José Soares Neto, garante que não. “As provas vão ser dias 6 e 7 de setembro, conforme anunciado”, garante.
“Eu queria saber como está sendo a segurança da prova”, diz Luís Pinho.
“Estamos cuidando ponto a ponto da segurança do exame – na parte da gráfica, na parte da distribuição, na parte da aplicação”, responde o presidente do Inep.
Segundo o MEC, a distribuição e o armazenamento das provas vai ser acompanhado pelas polícias militar e federal.
“Uma prova desse tamanho, centralizada, feita em um dia só, dificilmente vai dar certo sem nenhum problema. Isso é muito difícil”, comenta Maria Helena Guimarães de Castro.
Exemplo
Uma das soluções pode vir dos Estados Unidos, do exame que inspirou o Enem. A prova que seleciona alunos para as universidades americanas acontece várias vezes ao ano e pode ser feita até pelo computador, em salas especialmente reservadas. Isso é possível porque, ao longo dos anos, foi formado um enorme banco de questões: são 130 mil itens. O acervo no Brasil ainda é pequeno: apenas 10 mil questões. A intenção é ampliá-lo.
“Isso vai fazer com que, no futuro, o Enem possa ser aplicado em várias versões, em várias vezes”, explica Joaquim José Soares Neto.
Os alunos esperam um Enem sem polêmicas. “Acho que daqui a um tempo eles vão aperfeiçoar e reconhecer os erros. Acho que o Enem vai dar certo mais para frente”, afirma Marjorie Romano.
Notícias mais lidas agora
- Preso por matar adolescente e ferir jovem a tiros confessa o crime e alega ter buscado arma na casa da cunhada
- Homem é preso após estuprar própria filha de 15 anos em hotel de Campo Grande
- Jovem é assassinado com golpe de punhal pelo próprio irmão durante festa de Réveillon em MS
- Homem é agredido após tocar em partes íntimas de adolescente na Cidade do Natal
Últimas Notícias
Gusttavo Lima afirma que será candidato a presidente da República em 2026
Sertanejo iniciará diálogos com grupos políticos em breve
Por que o ano dura 365 dias? Descubra a ciência por trás do calendário
Calendário gregoriano é baseado no movimento da Terra ao redor do Sol
Corumbá lidera lista como destino mais econômico para voar em março de 2025
Levantamento da empresa de comparação de preços de passagens considerou voos previstos para março, partindo de São Paulo
Cinco capitais aumentam tarifa de ônibus; Campo Grande é a 14ª mais cara do País
São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Recife e Belo Horizonte anunciaram aumento do valor da passagem de ônibus para este ano
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.