Tudo caminhava para uma volta perfeita aos torneios no Brasil. Pela primeira vez competindo no país desde que passou por uma artroscopia no joelho direito, em setembro de 2009, Maurren Maggi se preparou para seu primeiro salto na nova pista do Centro Olímpico do Ibirapuera: deu fortes tapas nas coxas, gritou, levantou as mãos e passou a bater palmas, acompanhada pela torcida. Partiu para o salto.

No última passada, porém, sentiu uma fisgada na coxa esquerda. A campeã olímpica ainda conseguiu atingir 6,45m, o suficiente para vencer o torneio amistoso. Saiu aparentemente normal da pista, mas de repente começou a chorar. Um choro compulsivo, que assustou a todos que acompanhavam a competição. Levada para o atendimento médico, Maurren recebeu gelo e massagem no local, antes de ser levada à ambulância.

A contusão de Maurren não deixa de ter uma dose de ironia, uma vez que aconteceu justamente na inauguração de uma pista de alto nível, referendada pela Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) com a melhor classificação possível.

Até então, Maurren treinava no Conjunto Constâncio Vaz Guimarães, também no Ibirapuera, que está sucateado. “Aquela pista era dura, desgastada. A gente se guardava um pouco. Tínhamos que treinar com a cara e a coragem”, contou a saltadora, antes de se machucar.