A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, começa hoje sua primeira viagem ao Nordeste no ano com uma maratona de três dias de agenda lotada no Recife e no agreste de Pernambuco. O objetivo é fortalecer sua imagem na região, onde tem seus piores índices de rejeição e intenção de voto.
Ela também quer reforçar a identificação com Lula, que registra aprovação recorde entre o eleitorado nordestino. O roteiro inclui duas visitas com forte teor simbólico: a Garanhuns –cidade natal de Lula– e a Brejo da Madre de Deus, onde ela assistirá à tradicional encenação da Paixão de Cristo.
O pré-candidato do PV ao governo de Pernambuco, Sérgio Xavier, admite a intenção de pegar carona na popularidade presidencial: “A história de Marina se identifica com a do povo nordestino e do presidente Lula. E ela tem brilho próprio, ao contrário de Dilma [Rousseff, pré-candidata do PT]”, disse.
Pesquisa Datafolha divulgada no último sábado mostra que Marina tem um longo caminho a percorrer para se tornar competitiva no Nordeste.
Na pesquisa estimulada, a senadora parou nos 6%, dois pontos percentuais abaixo de sua média nacional (8%). Ela também enfrenta sua maior rejeição no Nordeste: 25% dos eleitores descartam votar nela para a Presidência –três pontos acima da média no país (22%).
Marina terá de madrugar para cumprir toda a programação: só hoje ela tem seis compromissos no Recife, incluindo festa com estudantes no aeroporto, visitas a federações empresariais e duas palestras sobre política e mudanças climáticas.
Amanhã, ela vai de helicóptero a Garanhuns, onde participa até de aniversário de escola, com direito a fotos plantando árvores ao lado de crianças. A pesquisa mostra que a associação com a imagem de Lula é essencial na região: 35% dos nordestinos dizem rejeitar qualquer candidato que faça oposição ao presidente.
No fim do dia, Marina volta a pegar a estrada para assistir ao espetáculo religioso, antes de seguir, já tarde da noite, para Caruaru. Lá, ela cumpre nova agenda na quinta-feira, antes de retornar ao Recife.
O teste de resistência será acompanhado pelo ambientalista Sérgio Xavier, ex-secretário do Ministério da Cultura.
