O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou, há pouco, a possibilidade de novas medidas de intervenção no câmbio para conter a queda do dólar. Segundo ele, estão descartados novos mecanismos regulatórios, como a ampliação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o capital estrangeiro e medidas intervencionistas.

Mantega defendeu, no entanto, a compra de dólares no mercado futuro pelo Banco Central (BC) e a limitação da exposição cambial de instituições financeiras pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Ele, no entanto, acrescentou que não pode interferir nas decisões da autoridade monetária.

“A qualquer momento, a autoridade monetária pode entrar no mercado de câmbio de diversas maneiras. Sou favorável à atuação quando a diretoria do Banco Central achar oportuno”, afirmou.

Para o ministro, a cobrança de 2% do IOF sobre o capital estrangeiro de curto prazo que entra no país, em vigor desde outubro do ano passado, conteve a queda do dólar e estabilizou o câmbio. Ele descartou a adoção de novas medidas nesse sentido. “A taxação cumpriu o objetivo de reduzir a volatilidade do câmbio”, declarou.

De acordo com Mantega, a sequência de déficits recorde nas transações correntes brasileiras ajudará a conter a queda do dólar no médio prazo. Isso porque, no curto prazo, o rombo nas contas externas é coberto pelos investimentos estrangeiros diretos no país (investimentos internacionais que geram empregos) e pela entrada de capital financeiro por meio da compra de títulos e de ações brasileiras.

 “Como o câmbio é flutuante, a regulação é automática. O fluxo financeiro está favorável, mas, em algum momento, a tendência é de desvalorização do real”, destacou o ministro.

Ele ressaltou que o governo tomou ações para conter os rombos nas contas externas, como o plano de apoio à inovação tecnológica, que será lançado hoje (27). Segundo ele, a criação de uma subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar as vendas externas, que consta do pacote de estímulo às exportações, lançado há dois meses, deve sair nos próximos dias.

De acordo com o ministro, enquanto não é criada uma estatal para atuar no setor de seguros, a subsidiária do BNDES vai operar com os recursos do Fundo de Garantia às Exportações. O plano do governo é unificar os sete fundos garantidores existentes no país na futura seguradora estatal.