Luiz Inácio Lula da Silva reclamou nesta quarta-feira (18), em Brasília, de não ter aprovado em seu governo a reforma tributária. O presidente disse que deve haver um “inimigo oculto” que, apesar de apoiar a reforma às claras, luta contra ela nos bastidores.

“Eu acreditava que era verdade que as pessoas queriam reforma tributária. Conclusão, vou terminar o meu mandato e ela não foi aprovada. Deve ter algum inimigo oculto, que embora concorde de fora com a política tributária, por dentro não deixa ela sair. É uma coisa que não andou, ninguém quer perder absolutamente nada, ninguém abre mão de um centavo daquilo que já tem”, disse Lula, em evento do Conselho Federal de Contabilidade.

O presidente também se mostrou incomodado com a guerra fiscal entre os Estados, afirmando que essa era uma situação que o governo queria evitar. “Já têm Estados que reduziram o ICMS a quase zero”, disse para os presentes.

Lula aproveitou para reforçar que deixará o governo com a “consciência tranquila”. “Nós vamos sair da Presidência do Brasil, um pouco com a consciência tranquila, imaginando o legado que vamos deixar no País, sabendo que tem muita coisa para fazer. É preciso algumas décadas para que a gente possa consertar e nivelar o Brasil”, afirmou.