A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), afirmou nesta quinta-feira, em Florianópolis, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “está além do status de ministro” e que, caso seja eleita para governar o País, só aceitará Lula como ministro se ele desejar. “Estamos falando de alguém que representa uma liderança internacional,” afirmou a petista ao responder pergunta de um internauta durante sua participação em programa do Grupo RBS, na primeira visita a Santa Catarina como candidata oficial do governo.

Com foco em questões catarinenses, o programa durou 1h30. Assim como o tucano José Serra em compromisso assumido no mesmo espaço no mês passado, Dilma garantiu a conclusão das obras de duplicação do trecho sul da BR-101 que, há pelo menos seis anos, está em obras. Demonstrando certo conhecimento dos embargos à obra, ora por questões ambientais, ora pela morosidade em licitações, assegurou que sua conclusão parcial acontecerá no primeiro ano de sua eventual gestão, porém deixou claro que obras mais sofisticadas – entra as quais dois túneis – dependerão de liberação ambiental.

A duplicação de trechos da BR-470, que liga a região oeste ao litoral, responsável pelo escoamento da produção agroindustrial para os portos, foi outra promessa de campanha da petista para os seus dois primeiros anos de governo. A ampliação do aeroporto de Florianópolis com os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi outra garantia. Prometeu, ao referir-se às catástrofes climáticas dos últimos anos em Santa Catarina, criar um grupo permanente para atender as situações do gênero, composto por agentes da esfera federal da Defesa Civil, Forças Armadas e da Saúde.

Sobre a proposta de repasse de 1% a mais para o fundo de participação dos municípios – de 1 para 2% – a candidata disse não querer se comprometer, assegurando que esta é uma questão de análise da futura reforma tributária que defende. “Podemos tirar tributos de investimentos, da folha de salários, mas não subitamente. Uma simplificação tributária pode ser o caminho”, argumentou.

Quanto à área da saúde, a petista disse continuar investindo nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) como forma de desafogar a procura pelos hospitais públicos. Investimentos no setor de recursos humanos para especialistas em ginecologia, psiquiatria e oncologia estão entre as ações de seu governo. “A saúde não é coisa barata”, afirmou lamentando a derrubada, pelo Congresso, da CPMF. Dilma também reconheceu que o recurso faz falta no contexto de investimentos na saúde, acrescentando que discussões em torno da volta eventual da CPMF não é uma questão ética e que os investimentos em saúde terão que ser reavaliados pelo próximo governo.