Dezesseis testemunhas de acusação foram ouvidas hoje (23) pelo juiz Carlos Alberto Garcete, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital acerca do caso do assassinato da arquiteta Eliane Nogueira, 39, que foi esganada e carbonizada dentro seu carro no último dia 2 de julho, no Tiradentes em Campo Grande.

O ex-marido e empresário Luiz Afonso Santos de Andrade, 42, está preso desde o crime. Até hoje ele nega ter matado a arquiteta. Pelo apurado até agora, a mulher insistia na separação do casal e isso irritou o marido. 

Outra audiência será realizada no próximo dia 8 de outubro onde serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa. A audiência se encerra com interrogatório do empresário Luiz Afonso.

Depois do interrogatório, defesa e acusação apresentarão suas alegações finais. No final desta audiência do dia 8, o juiz pronunciará se Luiz Afonso Santos de Andrade irá a julgamento no Tribunal do Júri.

Caso

Eliane Nogueira foi encontrada carbonizada em seu próprio veículo, exatos no último dia 2 de julho, na região do bairro Tiradentes, em Campo Grande. Desde então foi aberto inquérito policial e o ex-marido da arquiteta está preso, sendo o único acusado.

Durante a investigação, descobriu-se pedaços da camisa do acusado no corpo carbonizado de Eliane. O inquérito policial descobriu também a falta de cinco litros de aguarrás, solvente que o acusado teria usado para queimar o carro no dia do crime, ocorrido no início deste mês. O produto era guardado na empresa de Luiz Afonso, um negócio ligado a iluminação. Um funcionário da empresa confirmou para a polícia a subtração da aguarrás.

Imagens captadas pelo circuito interno de uma conveniência situada a 1,4 mil metros do local do crime, mostram o empresário passando por lá com o carro da arquiteta, depois retornado a pé. O depoimento de um taxista que levou Luiz Afonso até a empresa na madrugada do crime também reforça a tese de que o empresário matou a ex-mulher.

“Confissão”

Durante as investigações, o empresário não confessou o crime em depoimento oficial, mas segundo o delegado Wellington de Oliveira, responsável pelo caso, em conversas com ele, o empresário confessou o crime quando ele informou ao empresário que, de acordo com o laudo necroscópico, a sua mulher tinha sido queimada viva, ou seja, ela foi esganada e depois morreu quando foi colocado fogo no seu carro com ela dentro.

Ao saber disso, o empresário teria dito ao delegado que havia pensado que sua esposa estava morta quando colocou fogo no carro da mulher.

O empresário foi indiciado por homicídio quadruplamente qualificado por motivo fútil, torpe, asfixia, incêndio e também dissimulação.