Defesa já havia conseguido adiar julgamento sob alegação de excesso de acusação, pois 3 promotores participavam do Tribunal do Júri; juiz Aluízio Pereira dos Santos decidiu manter apenas Douglas Oldegardo
Cavalheiro dos Santos

O juiz de Direito da 2ª Vara do Júri em Campo Grande Aluízio Pereira dos Santos acatou o pedido da defesa da psicóloga Simone Aparecida Cantagessi de Souza, que trabalhou na Clinica de Planejamento Familiar da médica anestesista Neide Mota, e pediu a saída de dois promotores do júri marcado para o dia 8 de abril. O advogado criminalista Renê Siufi alegou excesso de acusação.

Além do promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos participariam da acusação Paulo Cezar dos Passos e Luciana do Amaral Nagib Jorge. Os dois últimos foram afastados pelo juiz, mas cabe ainda recurso.

No dia 24 de fevereiro o mesmo argumento parou o julgamento da psicóloga e das enfermeiras Libertina de Jesus Centurion, Rosângela de Almeida e Maria Nelma de Souza. Elas respondem pelo crime de aborto.

Simone Cantagessi e as enfermeiras são acusadas pela prática de 25 abortos, cuja pena em caso de condenação é de 1 a 3 anos por cada paciente.

Para a psicóloga, é um abuso o risco de serem presas. “Não estão lidando com quatro marginais, fui presa, é muita humilhação”. Simone Souza trabalhou seis meses na clínica, segundo o advogado de defesa, Renê Siufi.

Já um dos promotores afastados, Paulo Passos, foi categórico ao dizer que por dois anos a psicóloga atuava no convencimento das ‘clientes’ da clínica e se baseia em documentos, segundo ele.

Já Siufi contesta, ao dizer que as 25 mulheres citadas no processo negam a prática do crime.