Os ministros das Relações Exteriores iraniano, brasileiro e turco se reunirão no domingo em Istambul para discutir o acordo de troca de urânio assinado em maio por esses três países, anunciou o Ministério iraniano das Relações Exteriores.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Manuchehr Mottaki, vai se reunir com seus colegas brasileiro e turco, Celso Amorim e Ahmet Davutoglu, “em Istambul amanhã (domingo) de manhã para discutir a situação da Declaração de Teerã relativa à troca de urânio”, declarou o porta-voz do ministério, Ramin Mehmanparast, citado pela agência Isna.
O Irã propôs no dia 17 de maio às grandes potências, como parte de um acordo com o Brasil e a Turquia, a troca em território turco de 1.200 kg de seu urânio levemente enriquecido (3,5%) por 120 kg de combustível enriquecido a 20% destinado ao reator de pesquisas médicas de Teerã.
Esta iniciativa foi ignorada pelas grandes potências, que votaram o reforço das sanções contra Teerã, suspeito de querer produzir uma arma atômica.
Uma troca parecida tinha sido proposta em outubro do ano passado pelo Grupo de Viena (Estados Unidos, Rússia, França) sob os auspícios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Mas o Irã impôs condições inaceitáveis para as grandes potências, e a Declaração de Teerã representa uma contra-proposta.
As autoridades iranianas congelaram no dia 28 de junho por dois meses as negociações com as seis grandes potências envolvidas na questão nuclear iraniana (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha, chamados de “5+1”).
Na semana passada, a chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton, que representa as seis grandes potências, considerou que as condições estavam reunidas para uma retomada do diálogo com Teerã.
Este seria o primeiro encontro entre a representante dos 5+1 e as autoridades iranianas desde o de 1º de outubro de 2009 em Genebra.