A venda de títulos públicos a pessoas físicas pela internet bateu recorde em julho. Segundo números divulgados hoje (19) pelo Tesouro Nacional, as emissões do programa Tesouro Direto somaram R$ 267,83 milhões no mês passado, o maior volume mensal registrado desde o início do programa, em janeiro de 2002.

 Em julho, os títulos mais demandados pelos investidores foram os papéis pré-fixados (com juros definidos no momento da emissão), que concentraram 49,71% do montante vendido. Em seguida estão os títulos indexados à inflação, com participação de 37,57%.

Em relação ao número de investidores, o Tesouro Direto atraiu 3.387 participantes em julho. Desde o início do programa, o total de investidores cadastrados chega a 197,1 mil, o que representa aumento de 20,86% nos últimos 12 meses.

De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, o vencimento de papéis em julho foi um dos fatores que provocaram o recorde de vendas, já que muitos investidores tiveram de renovar os títulos. Ele citou ainda o reconhecimento do programa pela população, que tem atraído novos investidores.

“Como esse é um programa que oferece retorno seguro e juros rentáveis, cada vez mais as pessoas físicas estão interessadas em aderir ao Tesouro Direto”, afirmou.

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas adquiram títulos públicos diretamente pela internet. A compra é feita sem intermediários, mas o aplicador tem que pagar taxa a uma corretora que ficará com a custódia dos títulos.

A venda de títulos é uma das formas que o governo tem para captar recursos e honrar compromissos. Em troca, o governo compromete-se a devolver o valor acrescido de um adicional, que pode ser a taxa Selic, índices de inflação, variação do dólar ou uma taxa definida antecipadamente.

 A participação de investidores estrangeiros na dívida interna voltou a bater recorde em julho, atingindo 9,54% (R$ 141,2 bilhões), contra 9,35% (R$ 139,1 bilhões) em junho. De acordo com Garrido, os bons fundamentos da economia brasileira e a possibilidade de redução dos juros internos no futuro estão atraindo os aplicadores externos.

Para o coordenador, a compra de papéis da dívida pública por estrangeiros ainda está longe de representar vulnerabilidade para o país. “É importante ressaltar que a entrada dos estrangeiros na dívida interna brasileira está evoluindo de forma gradual. Não está ocorrendo uma explosão”, destacou Garrido.