Cerca de 20 policiais da Cigcoe, munidos de armamento pesado e cães, acompanharam a desocupação dos imóveis

Com um aparato policial da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), famílias que haviam invadido casas de projeto habitacional construídas pelo Governo do Estado, estão sendo obrigadas a deixar os imóveis.

Neste momento há bastante confusão, pois funcionários de uma transportadora estão retirando os móveis das casas e colocando em um caminhão alugado pelo Governo, que tem a missão de levar os bens para onde o invasor determinar, desde que seja em Campo Grande. Todo trabalho é acompanhado por aproximadamente 20 policiais armados da Cigcoe e cães.

Um chaveiro também foi contratado para trocar todas as fechaduras das casas após serem desocupadas. As que estavam fechadas não foram arrombadas, pois o profissional também atuou para abri-las.

No conjunto existem 107 casas, divididas em dois conjuntos. Munido de um mandado judicial, o ficial de justiça chegou ao local acompanhado do coordenador jurídico da Agehab, Marco Antônio Rodrigues. O representante do Governo afirma que há 15 dias as famílias foram notificadas para deixar o local. Ainda segundo ele, o beneficiado tem 30 dias para assumir o imóvel, mas a maioria decidiu se mudar antes disso.

A moradora Marmiuce Pinho invadiu uma das casas havia 20 dias. “Vou deixar minhas coisas aqui na rua mesmo. Não tenho pra onde levar e eles ainda aparecem aqui bem no sábado pra despejar a gente”, disse desolada. Ela morava na casa com a mãe e dois filhos pequenos.

Denira Francisco, 82 anos, é uma das moradoras que tem o direito legal de uma das casas. Ela se mudou para o imóvel há uma semana. Questionada sobre as invasões, ela afirma que não se sente ameaçada com a presença dos sem teto.

O aposentado Sebastião de Souza assumiu agora a pouco a posse de uma das casas invadidas. Segundo ele, no dia 8 de junho ele recebeu as chaves e toda documentação para se mudar. Quando decidiu levar sua mudança para o imóvel, no dia 5 de julho, já havia uma família morando que se recusou a sair. “Fui agredido verbalmente. Hoje estou tomando posse, mas como você pode ver a casa, lâmpadas e tubulações foram danificadas”, disse à reportagem do Midiamax.