Através do Programa Nacional à Formação de Médicos Especialistas em áreas Estratégias (Pró- Residência) o Ministério da Saúde oferece novas bolsas de residência médica em áreas consideradas como prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS) e carente de determinados especialistas. Podem enviar projetos os Hospitais Universitários Federais e de Ensino e Secretarias de Saúde preferencialmente das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. As inscrições vão até 30 de agosto.

Segundo a chefe do setor de formação da Escola de Saúde Pública da Secretária de Saúde de Mato Grosso do Sul, Marina Lopes Fontoura, esse programa é um incentivo para que os recém formados se especializem em áreas que normalmente não são muito procuradas, áreas que a população atendida pelo Sistema Nacional de Saúde (SUS) mais tem carência. “O formando geralmente procura áreas de mais impacto na sociedade capitalista onde os salários são maiores, mas há um incentivo para a especialização nessas áreas, porque são setores em que Mato Grosso do Sul tem grande carência de profissionais”, afirma Marina

O programa é um projeto dos Ministérios da Saúde e Educação, com o apoio dos Conselhos dos Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (Conass e Conasems). O Ministério da Saúde investirá cerca de R$ 30 milhões no programa em 2010. Serão oferecidas 1.040 bolsas ao longo de 2010.

As áreas prioritárias são: Clínica Médica, Cirurgia Geral, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Medicina Preventiva e Social, Medicina de Família e Comunidade, Psiquiatria, Geriatria, Cancerologia Clínica e Cirúrgica, Radioterapia, Patologia, Anestesiologia, Medicina Intensiva, Neurologia, Neurocirurgia, Ortopedia e Traumatologia, Neonatologia, Psiquiatria Infantil e da Adolescência, Cirurgia do Trauma e Medicina de urgência.

O projeto já concedeu 785 bolsas para todo o país desde o segundo semestre de 2009, quando o programa foi lançado. Essas bolsas permitem a formação de profissionais mais qualificados em áreas estratégicas, melhorando a distribuição desses especialistas pelo país.

Do total, 473 vagas (60%) foram destinadas às regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, definidas como prioritárias por terem historicamente menos ofertas para esse tipo de especialização. Esses projetos foram aprovados a partir do edital aberto em outubro de 2009. O Ceará foi o Estado que recebeu o maior número de vagas (186).

O edital selecionará propostas de ampliação de vagas em programas já existentes ou de criação de novos programas que dependam, exclusivamente, de bolsas de residência para iniciar as atividades. Outras bolsas serão distribuídas entre os projetos apresentados por instituições que necessitam de investimentos em infraestrutura e formação de preceptores. Nesses casos, os programas serão conveniados a instituições de referência no país.

De acordo com um dos coordenadores da área de ensino e pesquisa do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, Mario Sérgio Ipólito, o Hospital já foi contemplado com oito bolsas através do programa pró-residência e existem três vagas para bolsas em Anestesiologia e uma para Neonatologia, sendo que essa última faltou candidato para preencher a vaga no ano passado.

As inscrições foram abertas em julho e vão até 30 de agosto. No link estão listadas as documentações e orientações aos participantes: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/edital_19_convocacao_residencia.pdf

Residência multiprofissional

 O programa também atua na área de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde, que ofertou ano passado 486 bolsas de estudos. O programa foi criado com a finalidade de incentivar a formação de especialistas, na modalidade residência multiprofissional e em área profissional da saúde. O foco também são os campos de atuação estratégicos do SUS e as regiões prioritárias do país.

A Residência Multiprofissional em Saúde e a Residência em Área Profissional da Saúde constituem modalidades de ensino de pós-graduação lato sensu destinadas às profissões da saúde, sob a forma de curso de especialização caracterizado por ensino em serviço, com carga horária de 60 horas semanais e duração mínima de dois anos.