Índios retêm patrola para impedir duplicação da BR-156 em Dourados
Cerca de 200 índios de diversas etnias tomaram uma motoniveladora que fazia serviços na duplicação da BR-156, na tarde desta quinta-feira (26), em frente à aldeia Jaguapiru em Dourados. A rodovia liga o município a Itaporã e está em fase de conclusão. Os indígenas exigem que o governo Estadual destine uma rotatória adequada à segurança […]
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Cerca de 200 índios de diversas etnias tomaram uma motoniveladora que fazia serviços na duplicação da BR-156, na tarde desta quinta-feira (26), em frente à aldeia Jaguapiru em Dourados. A rodovia liga o município a Itaporã e está em fase de conclusão. Os indígenas exigem que o governo Estadual destine uma rotatória adequada à segurança dos pedestres em frente à aldeia.
O local da manifestação está situado a três quilômetros de distância da zona urbana de Dourados. Izael Terena, um dos líderes indígenas, afirmou que a empreiteira responsável, a CGR, prometeu uma rotatória na entrada da aldeia. Mas, durante a manhã de hoje, a obra de duplicação avançou sem que benfeitoria fosse entregue. O grupo só irá liberar a máquina quando for ouvido oficialmente pelas autoridades.
A BR-156 possui tráfego pesado de caminhões e carretas, pois a estrada também liga a região a outros municípios produtores de grãos, como Maracaju e Sidrolândia. O governo estadual fez obras compensatórias para reduzir o impacto na reserva indígena, mas algumas lideranças indígenas não aceitam essas condições.
As lideranças prometem continuar protestando na próxima semana caso o Governo do Estado não resolva o problema. Izael também afirmou que a obra de duplicação da rodovia que corta a reserva causou sérios impactos na vida e na cultura da comunidade indígena.
Nesta sexta-feira (27) acontecerá uma nova reunião na Escola Tengatui Marangatu entre as lideranças das duas aldeias e representantes do Ministério Público Federal e da Fundação Nacional do Índio, para debater a realização de medidas compensatórias e mitigatórias por causa dos impactos causados pela duplicação da rodovia.
Izael afirmou que até agora o Governo do Estado sinalizou apenas com a possibilidade de cascalhamento das estradas indígenas. “Queremos mais”, disse Izael citando como exemplo a construção de um centro cultural, creche, muro para o cemitério entre outros benefícios para a comunidade indígena.
A cada vinte minutos os índios liberavam a passagem dos veículos, e prometem prosseguir com o fechamento da rodovia até o início da noite e, caso não sejam atendidos pelo Governo do Estado, retomam o protesto amanhã.
Em Dourados, cerca de 14 mil índios vivem em 3,5 mil hectares nas aldeias Jaguapiru e Bororo. Povos guarani, terena e caioá povoam o local, que é cortado pela rodovia BR-156. (atualizado às 18h06 para acréscimo de informações)
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