Cinco trabalhadores que ainda eram mantidos reféns por um grupo de indígenas na Usina Hidrelétrica Dardanelos, em Aripuanã, em Mato Grosso, foram libertados na tarde de hoje (26). A informação é do grupo responsável pela obra, a Energética Águas de Pedra.

Em nota, o consórcio diz que, apesar da liberação dos funcionários, a ocupação permanece, “o que impede a continuidade da obra no Rio Aripuanã”.

O comunicado diz que, em reunião com a construtora, a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as lideranças indígenas anunciaram que vão preparar uma pauta de reivindicações para deixar o local.

A ocupação começou ontem (25), quando cerca de 300 índios tomaram o canteiro de obras da hidrelétrica e fizeram pelo menos 100 funcionários reféns. A maioria foi libertada ainda na noite de domingo.

De acordo com a Funai, os índios reivindicam ações de reparação porque a hidrelétrica está sendo construída em cima de um cemitério sagrado.

A Águas da Pedra nega a existência do cemitério – baseada em laudos arqueológicos –, diz que o impacto ambiental da hidrelétrica será baixo e que os índios não seriam atingidos diretamente pela obra, uma vez que a aldeia mais próxima fica a 42 quilômetros de distância.