Risco à saúde pública. Crime ambiental dura dez dias e há três o fogo não para; internos do presídio já tiveram que ser levados para unidades de saúde e funcionários reclamam da situação que até agora não mobiliza órgãos responsáveis

A queima do lixo, um risco à saúde principalmente nesta época de baixa umidade relativa do ar, ocorre três dias sem parar no ‘Lixão’ do Dom Antônio, em Campo Grande. Mas, o problema acontece há pelo menos outros dez, segundo informações de pessoas que trabalham nos arredores do local como policiais militares e um dos agentes do Presídio Federal.

A situação propicia ainda mais a redução da umidade relativa do ar e isso representa clima propicio para a proliferação de vírus responsáveis por doenças respiratórias.

Próximo à região pode-se ver os estragos da queimada, a cortina branca de fumaça que encobre a montanha de lixo e parte do Presídio Federal, complexo penitenciário da Gameleira e também a área da Águas Guariroba.

Na estrada conhecida como da Gameleira, a equipe de reportagem encontrou o soldado da PM Jorci e o cabo Martins, ambos trabalham na Colônia Penal Agrícola. Eles relatam a dificuldade de trabalhar em meio à fumaça. “Faz três dias que o fogo está mais intenso, fica complicado, difícil pra respirar, incomoda muito”, disse o soldado.

“Está muito forte, na colônia penal tem momentos em que todo mundo reclama”, completa Martins.

Na Penitenciária Federal a situação não é diferente. “Aqui já tem um cheiro forte e muito mosquito, agora com essa queimada fica ainda mais complicado”, reclama o agente penitenciário federal Cristo que ainda completa: “Já chamamos o Corpo de Bombeiros duas vezes para ver se apaga aquele fogo, mas não deu jeito. Aqui no presídio à noite fica muito difícil de respirar”.

Eco

Várias solicitações já foram feitas aos órgãos competentes da Capital, mas não obtiveram nenhum êxito. “Não tem como trabalhar aqui, está impossível aguentar essa poluição, ainda mais neste período em que não chove e está seco, isso prejudica muita gente”, desabafa um funcionário que por questão de segurança não se identificou.

Ainda de acordo com populares, neste período em que a fumaça tomou conta da localidade, diversos presos já tiveram problemas de saúde por causa da poluição. “Até os presos estão revoltados, é precisa tomar alguma atitude”, reclama outro funcionário.

Segundo os bombeiros eles atendem com prioridade apenas incêndios que coloquem em risco alguma residência ou a própria população. A corporação também disse ao Midiamax que neste período aumentaram os números de focos de incêndio em terrenos baldios. Somente no período de 28 de maio até 14 deste mês, foram realizados 34 atendimentos de queimadas urbanas.