Tornar o Brasil um país desenvolvido de fato é a premissa básica do Plano Nacional de Desenvolvimento: A Hora e A Vez do Brasil, elaborado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae). O plano será apresentado na próxima quinta (12) aos principais candidatos à Presidência da República, durante um fórum especial na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro.

“Nós achamos que o Brasil deveria ser um país desenvolvido”, disse à Agência Brasil o superintendente do Inae, João Paulo dos Reis Velloso. Para ele, o país ainda não atingiu esse estágio “porque fez certas opções erradas e porque não fez certas mudanças, certas reformas. Por isso, está sempre meio século atrás de onde deveria estar”.

Para avançar, na opinião de Reis Velloso, o país deveria promover transformações significativas em termos econômico, social, político e cultural. “Chamamos de seis revoluções. Se nós fizermos essas revoluções, o Brasil, no prazo de uma geração, poderá ser um país desenvolvido”, disse. O economista destacou que ainda é tempo de promover o desenvolvimento do país com mais geração de empregos.

Segundo o superintendente do Inae, a sociedade precisa ser mais ativa e participante para evitar que o Poder Público faça só o que planeja. “Vamos protestar, vamos xingar a mãe. Vamos propor mudanças”, afirmou. Velloso citou o Projeto Ficha Limpa como uma iniciativa da sociedade brasileira que funcionou.

Reis Velloso acredita que é preciso haver uma reforma política para modernizar o sistema partidário. E, no plano econômico, ele acredita que é preciso mais competitividade, para que o país não perca oportunidades no mercado mundial. Para ele, a parceria do governo com o setor privado, no tocante à atuação no mercado, é fundamental.

Na área cultural, ele também defende que haja uma reforma radical que vise à universalização da cultura. No último Fórum Nacional do Inae, em maio, o instituto apresentou um trabalho sobre a integração social das favelas. “Cada uma das comunidades propôs o que queria. E sempre estava lá a cultura como tema”.

O plano estabelece também que o Brasil seja mais efetivo na política externa de modo a aumentar sua inserção internacional, diante do retorno da vulnerabilidade externa. “Está sempre voltando. É o que nós chamamos de ‘O Mal do Brasil’. De dez em dez anos, o Brasil tem um problema de vulnerabilidade externa”.