O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, disse nesta segunda-feira (23) que não vai negociar a redução da jornada de trabalho dos peritos médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em greve há dois meses.

“A Associação [Nacional dos Médicos Peritos – ANMP] exige a redução da jornada, sem redução de salário. Isso não é possível”, afirmou Gabas, ao informar que a pasta atendeu a “99%” das reivindicações da categoria, incluindo ampliação do tempo de atendimento.

De acordo com o ministro, foi proposto que em seis das oito horas da jornada diária os médicos cumpram uma média de 18 perícias de cerca de 20 minutos de duração cada e, nas duas horas restantes, outras atividades especificadas pelo chefe da seção. A categoria, no entanto, pede redução para 12 perícias por dia e duas horas sem controle de ponto para atividades externas.

“Não concordamos com a mensuração do tempo. Para atender bem, é preciso ampliar para 30 minutos o tempo de uma perícia. Isso nas seis horas com controle de ponto e, nas demais, atividades como perícia domiciliar, hospitalar e vistorias técnicas”, reivindicou o presidente da ANMP, Luiz Carlos Argolo.

Mesmo assim, o ministro da Previdência disse que espera pelo fim da greve em até 15 dias. Ele está negociando “um mutirão” para por em dia as 400 mil perícias em atraso. “A exigência que fizemos para atender às exigências deles é que se coloque a agenda em dia”.

“Esperamos que o ministro reconsidere a mudança de interlocução para que voltemos a negociar”, disse o presidente da ANMP, informando que quase todas as reivindicações da categoria já foram acertadas com o governo. Os peritos se reúnem na próxima quinta-feira (26), para decidir os rumos da greve.