Governo central e estatais registraram déficit de R$ 2,3 bilhões em fevereiro

O superávit primário (economia para pagamento da dívida pública) contabilizado pela União, estados, municípios e empresas estatais foi de R$ 859 milhões no mês de fevereiro, de acordo com Relatório de Política Fiscal divulgado hoje (31) pelo Departamento Econômico do Banco Central.

O governo central, incluindo o BC e o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), foi deficitário em R$ 701 milhões, enquanto as empresas estatais amargaram prejuízo de R$ 1,6 bilhão, o que totaliza cerca de R$ 2,3 bilhões. Desempenho compensado pelo superávit de R$ 3,1 bilhões obtido pelos governos regionais.

Como o superávit primário de janeiro superou R$ 16,1 bilhões, o acumulado no ano sobe para R$ 17 bilhões. Nos últimos 12 meses, até fevereiro, o superávit alcançou R$ 70,7 bilhões, que equivalem a 2,21% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país. Os juros da dívida alcançaram R$ 14,1 bilhões em fevereiro, no mesmo patamar de janeiro. Então, os juros acumulados no ano somam R$ 28,1 bilhões, e nos últimos 12 meses acumula R$ 172 bilhões, que correspondem a 5,38% do PIB.

Apesar do esforço fiscal para pagar os juros, a dívida só cresce. O resultado do setor público consolidado está negativo em R$ 11,1 bilhões no acumulado de 2010, e o déficit sobe a R$ 101,3 bilhões nos últimos 12 meses. Valor que equivale a 3,17% do PIB.

De acordo com o relatório do BC, o déficit nominal de fevereiro foi financiado com expansões de R$ 12,9 bilhões na dívida bancária líquida e de R$ 5,1 bilhões na dívida mobiliária federal (títulos em poder do público). Lançamentos compensados, em parte, por reduções de R$ 3,4 bilhões no financiamento externo líquido e de R$ 1,3 bilhão nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária.