O assessor de Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, lamentou a decisão do governo venezuelano de romper relações diplomáticas com a Colômbia. Em entrevista há pouco no Palácio do Itamaraty, Garcia disse ter convicção que a situação irá se “recompor” com a posse do novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos.

Principal interlocutor do presidente Lula com autoridades latino-americanas, Garcia informou que o governo brasileiro está ajudando por meio de conversas a resolver o impasse. “Há disposição (de conversar) dos dois governos no futuro próximo, com a posse do presidente Santos”, disse. “Estou convencido de que haverá vontade das duas partes de resolver isso”, completou.

As declarações foram dadas após Garcia participar de almoço com o presidente Lula e o primeiro-ministro do Kwait, xeque Nasser Al Sabah.

Telefonema

Chávez disse hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Néstor Kirchner, expressaram por telefone sua “preocupação” com a crise política entre Venezuela e Colômbia.

“Acabo de conversar com o presidente do Brasil, nosso irmão Lula da Silva, (que está) preocupado com tudo isso, me deu suas opiniões”, disse Chávez em um ato oficial, sem dar detalhes.

Chávez rompeu hoje relações com a Colômbia e ordenou “alerta máximo” na fronteira comum por considerar como uma “ofensa” as denúncias colombianas na OEA sobre a presença de chefes guerrilheiros em território venezuelano.

Pouco antes das declarações de Chávez, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou que a Venezuela pedirá “uma reunião imediata do conselho de chanceleres” da Unasul para denunciar na entidade as “agressões” da Colômbia.

O presidente venezuelano voltou a classificar como “lamentável, mas necessária e digna” sua decisão de romper “todas as relações” com a Colômbia e responsabilizou o governante do país vizinho, Álvaro Uribe, que deixa o cargo no próximo dia 7, para a posse do presidente eleito.

Antes da ruptura, as relações entre Colômbia e Venezuela estavam congeladas por decisão de Chávez em 28 de julho de 2009 depois que o governo colombiano denunciou a descoberta de armas de procedência venezuelana em mãos da guerrilha.