O goleiro Bruno, do Flamengo, e outros supostos envolvidos no desaparecimento da modelo Eliza Silva Samudio, de 25 anos, podem ser indiciados por homicídio mesmo que o corpo da estudante não seja encontrado. De acordo com delegado-chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e de Proteção à Pessoa de Belo Horizonte, Edson Moreira, isso seria possível por meio de testemunhos e provas.

– A gente (polícia) quer achar a materialidade direta da prova (o corpo). Se for não possível, as investigações indicam a materialidade indireta. Nós temos provas testemunhais, vestígios e o principal, o filho dela que foi encontrado. Uma mãe jamais vai soltar um filho desse jeito. A criança é o cerne da questão.

As investigações da polícia indicam desaparecimento com provável homicídio seguido de ocultação de cadáver.

Na manhã desta segunda-feira (5), policiais civis e bombeiros fizeram buscas pelo corpo de Eliza em um lago conhecido como lagoa Suja, ao lado do bairro Liberdade, na cidade de Ribeirão das Neves. A polícia foi checar uma denúncia de que uma mulher havia sido jogada na água, no entanto, nada foi encontrado.

A polícia ainda aguarda o resultado dos exames de DNA das manchas de sangue encontradas no jipe do goleiro. O material está sendo e comparado com o DNA do pai de Eliza e do bebê, de 4 meses, que seria filho de Bruno. Quando a criança foi localizada, o Instituto de Criminalística colheu saliva do bebê e do avô.

O delegado também confirmou ainda que o par de sandálias e de óculos encontrados dentro do carro de Bruno foram reconhecidos por testemunhas como sendo de Eliza. O goleiro e o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, serão intimados até no máximo a próxima semana para prestar depoimento no Departamento de Investigação, em Belo Horizonte.

Nesta terça-feira (6), o Ministério Público Estadual nomeou o promotor Gustavo Fantini para acompanhar as investigações da polícia. Cerca de 30 pessoas já foram ouvidas e quatro delas prestaram depoimento pela segunda vez nesta segunda.

Um jovem, identificado como Thiago, e que teria participado de uma partida de futebol no dia 8 de junho no sitio de Bruno, em Esmeraldas, deixou o departamento no final da tarde desta segunda-feira. Ele afirmou à polícia que não viu Eliza nem a criança naquele dia.