Goiás aproveita apatia do Avaí, dá golpe fatal e atinge semifinal inédita

Com a inteligência e precisão que necessita no Campeonato Brasileiro, o Goiás usou do veneno do rival no jogo de ida e bateu o Avaí, apático por 90 minutos, por 1 a 0, na noite desta quinta-feira, na Ressacada. Assim, com gol do artilheiro Rafael Moura, garantiu a inédita classificação para as semifinais da Copa […]

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Com a inteligência e precisão que necessita no Campeonato Brasileiro, o Goiás usou do veneno do rival no jogo de ida e bateu o Avaí, apático por 90 minutos, por 1 a 0, na noite desta quinta-feira, na Ressacada. Assim, com gol do artilheiro Rafael Moura, garantiu a inédita classificação para as semifinais da Copa Sul-Americana e vai enfrentar o Palmeiras, nas próximas duas quartas-feiras.

A diferença das duas partidas foi que, no Serra Dourada, o Esmeraldino conseguiu se recuperar do “bote” dado pelos catarinenses e, com o próprio He-Man, igualou o marcador em 2 a 2.

Baixo nível técnico irrita a galera

Má fase e falta de confiança têm andado de mãos dadas com Goiás e Avaí neste semestre. Mesmo “virando a chave” para a Copa Sul-Americana, o duelo fez jus às lamentáveis posições de ambos no Campeonato Brasileiro. Na maior parte dos primeiros 45 minutos, nem mesmo a superação esperada deu o tom na Ressacada. Em jogo morno, as equipes desperdiçaram muitas bolas e demonstraram nervosismo, tudo por não querer errar.

O público catarinense, que deu show na fase anterior, contra o Emelec, foi passivo e observou mais do que apoiou. O estádio, na realidade, nem estava cheio. E o Leão não deu razão para os torcedores se inflamarem. Desde o começo, teve mais posse de bola, controlou a partida ofensivamente até certo ponto, mas, cheio de ansiedade, não foi competente para furar a retranca esmeraldina. As raras chances surgiam em cobrança de falta para a área, que Harlei afastava sem dificuldade.

Apesar da desvantagem no placar agregado, o Goiás não tinha pressa. O novo técnico, Arthur Neto, ordenava ao time a todo momento que tivesse calma apenas. Com isso, o armador Marcelo Costa recebia a bola entre longos intervalos. Para que ela chegasse a Felipe e Rafael Moura, então, demorava ainda mais. Na metade da etapa, um outro personagem apareceu. Vaiado pela galera, Heber Roberto Lopes distribuiu cartões, anotou diversas faltas no meio de campo e, com seus gestos espalhafatosos e careca reluzente, se tornou o centro das atenções.

O Avaí intensificou seu ensaio de pressão no terço final do primeiro tempo e atacava sobretudo pela direita, com o lateral Patric. Foi em um lançamento da esquerda, porém, que Roberto saiu livre para duelar com o goleiro, mas acabou desarmado na hora H por Wellington Saci. Pouco depois, veio o castigo para o time da casa: Ernando desviou cobrança de escanteio, Felipe ajeitou para Rafael Moura completar e abrir o placar, premiando a estretégia de franco-atirador que o rival havia tido no Serra Dourada.

A dupla de ataque, aliás, se abraçou e comemorou muito, provando união após as críticas do He-Man sobre a suposta falta de vontade do companheiro, que completou 100 jogos pelo clube nesta quinta, já haviam ficado para trás.

Desespero na ponta da chuteira

Para a volta do intervalo, Vágner Benazzi trocou duas peças, irritado com a inoperância de seus comandados. Não houve mudança efetiva de esquema, apenas uma tentativa de dar mais vida ao setor de criação com Jeferson e Robinho nas vagas de Rudnei e Válber. Mas o que chamou a atenção no início da etapa final foi a confusão armada por Marcelo Costa. O jogador pegou a camisa de Felipe no vestiário e exibia o número 11 às costas, ao invés do seu 17. O quarto árbitro notou, e a comissão técnica do Goiás fez a correção.

Com inteligência, a equipe do Centro-Oeste cozinhava a partida e quase ampliou, de cabeça com o mesmo Rafael Moura, endiabrado no confronto – ele também fizera os dois gols da ida. Aos poucos, no entanto, o Avaí cresceu, mas jamais foi merecedor da vaga nas semifinais. Só frequentou mais o campo de ataque pela retração adversária. As oportunidades surgiam em faltas de Patric, espalmadas por Harlei, ou com o zagueiro Emerson, que girou e chutou para fora, de dentro da área, aos 14 minutos.

Sem ação, os torcedores permaneciam calados na Ressacadas, longe de ver um time envolvente como em outras ocasiões em Floripa. Nos contragolpes, o Esmeraldino assustava e poderia ter fechado o caixão. Douglas, aos 19, Amaral, aos 31, pararam em Zé Carlos. Até o fim, sem qualquer emoção e sobrando desorganização, o Avaí tentou uma última cartada. Mas provou a razão da queda para a Série A.

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