Gincana no Porto Geral reuniu os profissionais filiados a Colônia de Pescadores Z-1 em um dia de confraternização, competição e preocupação ambiental. Durante todo o sábado, 26, cerca de 100 pessoas que sobrevivem da pesca participaram da ação “Pescadores profissionais e artesanais, cuidando dos nossos rios”.

A iniciativa marca o mês de junho, quando é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente (05), e o Dia do Pescador (29), passando por outros municípios de Mato Grosso do Sul onde existem colônias de pesca.

Separados em equipes os participantes tiveram que retirar a maior quantidade possível de lixo no rio. Os cinco primeiros colocados receberam premiações. Ao todo foram coletadas 2,5 toneladas de entulho do rio Paraguai. “O objetivo do evento é mudar a imagem que os pescadores são aqueles que denigrem o rio. Queremos mostrar que eles estão preocupados com o Meio Ambiente, pois é da natureza que eles tiram o sustento”, explicou Elis Regina, diretora tesoureira da Colônia Z-1.

Nas margens e até mesmo dentro do rio, os competidores usaram sacos plásticos para coletar os entulhos. Os materiais serão doados para as cooperativas de catadores de materiais recicláveis, que dará o destino correto aos produtos.

Todos os participantes receberam do Ministério da Pesca um kit contendo anzol, molinete, vara e linhas. Pescadores de Corumbá, da região de Albuquerque e Porto Esperança, também se uniram para limpar o local de onde fisgam os peixes que garantem o sustento da família. “Fiquei só na margem e tinha muita sujeira, como garrafas plásticas, papel, sacolas, sapatos, todo o tipo de lixo”, disse Idalina Gonçalves da Silva, pescadora há 15 anos.

Já a equipe “Novo Pantanal”, formada por 3 integrantes, veio de Albuquerque para participar da ação e saiu com 5 sacos plásticos de lixo.

“A pesca é a única opção para quem mora em Albuquerque. Meus pais e irmãos trabalham com isso e há 5 anos eu também sobrevivo da pesca. Acredito que o lixo é muito prejudicial, pois assim diminui a quantidade de peixes nos rios. Vemos muitos que ficam presos em caixas de ferros ou machucados com espetos jogados dentro do rio”, frisou Eliana Aparecida Guedes Pereira, pescadora.

Corumbá encerrou a ação que ainda aconteceu em Coxim, Miranda, Bonito, Porto Murtinho, Itaporã, Três Lagoas e Paranaíba. De acordo com os organizadores, a cidade que teve a maior participação de pescadores foi na Cidade Branca. Já na quantidade de produtos coletados foi no rio Taquari, em Coxim, totalizando 7 toneladas.

“Durante a ação foram retiradas 21 toneladas de lixo dos rios de Mato Grosso do Sul. Este é um evento que reúne o dia do Meio Ambiente e dos Pescadores. É importante a participação dos pescadores, pois são um dos mais interessados em manter os rios limpos, pois trabalham nele”, explicou ao Diário o superintendente federal do Ministério da Pesca em Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto da Silva.

O evento realizado na cidade que possui a maior colônia de pescadores de Mato Grosso do Sul foi uma iniciativa do Ministério e Federação da Pesca, em conjunto com a Colônia de Pescadores Z-1, Ecoa e Secretaria Executiva de Meio Ambiente.