OAB-MS e membros do Fórum MS pela Ética terão encontro com procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e com a corregedora do Conselho Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon.

Membros do Fórum MS pela Ética irão a nesta quarta-feira (20), onde terão encontros com o procurador-geral República, Roberto Gurgel e com a corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon. Na pauta da reunião, será pedido empenho ao órgão na apuração das denúncias de corrupção que envolveram os três poderes e o Ministério Público Estadual sul-mato-grossense.

Confirmaram viagem à Capital federal o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS), Leonardo Avelino Duarte, os ex-presidentes da Ordem, Elenice Carille e Marcelo Barbosa Martins, o advogado Marco Antonio Castelo, além do presidente da Associação dos Criadores (Acrissul), Chico Maia.

O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, também acompanhará a delegação de Mato Grosso do Sul que cobra rigor nas investigações relativas ao escândalo de propinas no Parque dos Poderes. Segundo declarações gravadas do primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de MS, deputado Ary Rigo, o governador André Puccinelli, membros do TJ-MS e até do MPE receberiam propinas mensais.

Durante a audiência, os membros farão um relato das ações que estão sendo tomadas pelo Fórum MS pela Ética e que envolvem a participação de diversas entidades e conselhos de classe.

“Corrupção Mata”

Os membros da comissão da OAB-MS estão recebendo adesões de diversas entidades representativas do setor produtivo sul-mato-grossense, entidades de classe e órgãos da sociedade civil organizada para o movimento cobrando investigação sobre as denúncias que a Ordem classificou como “gravíssimas”.

O Fórum MS pela Ética prepara o lançamento de uma campanha publicitária com o slogan “Corrupção Mata” e promete posicionamento firme contra a impunidade. Com a confirmação da agenda para esta quarta-feira (20) em Brasília, os detalhes da campanha devem ser acertados após o retorno da comissão.

CNJ quer explicações do TJMS

A pedido da OAB/MS, a Corregedoria do CNJ, solicitou informações a respeito das denúncias que envolvem membros do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

“Queremos saber mais detalhes a respeito das providências que estão sendo adotadas pelo CNJ e do que já foi apurado até o presente momento”, disse Duarte.

Em entrevista à revista Veja, Eliana Calmon disse que “é comum a troca de favores entre magistrados e políticos”. Ela também se manifestou sobre as denúncias de corrupção contra o Judiciário.

“Durante anos, ninguém tomou conta dos juizes, pouco se fiscalizou, corrupção começa embaixo. Não é incomum um desembargador corrupto usar o juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas corpus ou uma sentença. Os juizes que se sujeitam a isso são candidatos naturais a futuras promoções. Os que se negam a fazer esse tipo de coisa, os corretos, ficam onde estão”, explicou.

(Material editado às 17H45 para acréscimo de informações. Colaborou: Éser Cáceres)