Filmes pornôs com alunos se proliferam no Pará

O aparecimento de um vídeo de sexo protagonizado e gravado por adolescentes em um colégio público de Belém foi o estopim para o aparecimento de ao menos outros seis “pornôs escolares” no Pará. Desde que essa gravação foi divulgada na internet e foi alvo de reportagens em outubro de 2009, a CPI na Assembleia Legislativa […]

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O aparecimento de um vídeo de sexo protagonizado e gravado por adolescentes em um colégio público de Belém foi o estopim para o aparecimento de ao menos outros seis “pornôs escolares” no Pará.

Desde que essa gravação foi divulgada na internet e foi alvo de reportagens em outubro de 2009, a CPI na Assembleia Legislativa para investigar casos de pedofilia passou a receber de pais, professores e diretores outras do mesmo tipo.

O deputado estadual Arnaldo Jordy (PPS), relator da CPI, não vê uma relação direta entre as filmagens, mas disse que a divulgação da que foi feita há três meses pode ter incentivado outras denúncias. Todas gravações recebidas foram encaminhadas à Polícia Civil.
Os filmes, feitos com câmeras de celulares e na maioria por iniciativa ou anuência dos próprios jovens, são exemplos de um fenômeno que cresce no mundo, o “sexting”, anglicismo que mistura “sex” (sexo) e “texting” (mensagens por celular).

O termo descreve o ato de se filmar ou fotografar e enviar, por celular ou pela internet, imagens do próprio corpo em poses sensuais -e que pode acabar gerando problemas na vida off-line de quem o pratica.

O vídeo de outubro é o exemplo típico dessa tendência. Os adolescentes (uma jovem de 15 anos e dois de 17 anos) não tinham envolvimento afetivo. Combinaram a gravação em conversas na internet.

O resultado foi captado pelo celular da própria menina, que também transmitiu, ela mesma, o material para colegas, segundo a vice-diretora da escola afirmou à Folha. À época, a adolescente afirmou à diretora ter sido coagida pelos dois rapazes a participar.

No dia seguinte, quase todos os alunos do colégio já tinham visto a cena. A menina foi hostilizada. Nenhum dos três assiste mais a aulas no prédio da escola. Outros alunos que nada tinham a ver com o vídeo passaram a ser xingados na rua. A diretoria suspendeu, por um mês, a obrigatoriedade do uso do uniforme -para que os alunos não fossem identificados.

Para o psicólogo Rodrigo Nejm, da ONG Safernet, a principal motivação para os jovens fazerem os vídeos são necessidades inerentes à adolescência: ferir a norma estabelecida e conseguir status para se diferenciar. Para ele, “gravar e transmitir as próprias imagens supera o prazer do ato sexual”.

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