Na volta ao Brasil depois de quatro meses no Braga, de Portugal, Felipe tem uma bagagem abarrotada de objetivos. Entre eles, o novo goleiro do Flamengo quer deixar de ser lembrado pelo perfil polêmico e voltar a ser destaque pelo bom futebol. Pretende chamar a atenção do técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, e, sobretudo, ajudar o Rubro-Negro a apagar a má impressão deixada pela péssima temporada sem títulos. Parece muito para quem firmou contrato de um ano.

– A princípio é um ano de contrato por empréstimo. Pertenço a um grupo de empresários (25% são do Bragantino), mas o Flamengo tem opção de compra dos direitos e renovação. Fazendo um ano bom, o clube gostando, podemos fazer um contrato mais longo. A ideia é essa. Quem sabe nem será preciso esperar o fim do ano – frisou o atleta, de 26 anos, durante a sua apresentação, na Gávea.

Um vínculo maior poderia dar a Felipe, por exemplo, a chance de defender o Flamengo no Maracanã, já que o palco está fechado para as obras da Copa do Mundo de 2014.

– Joguei contra o Flamengo em 2007 num Maracanã lotado. Você pensa em um dia jogar com a torcida a favor, jogar um clássico no estádio. Quem sabe não estarei na reabertura.

Até agora, o goleiro é o principal reforço do clube para a próxima temporada. Além dele, chegaram o argentino Darío Bottinelli e Vander, emprestado pelo Bahia. Ambos meio-campistas. O novo camisa 1 acredita em novos e bons tempos. E sem medo do desafio.

– Um professor da base me disse uma vez que no campo não tem muro, não tem moita, não tem como se esconder. O ano de 2010 infelizmente não foi bom para o Flamengo, mas a base do grupo é forte, jogadores estão chegando e outros podem chegar. Alguns jogadores foram contratados no meio do ano, isso dificulta muito. Com o trabalho do professor (Vanderlei Luxemburgo) desde a pré-temporada, o Flamengo vai ter um 2011 melhor. Que seja um ano de sucesso.

Felipe vê no Rubro-Negro a chance de recomeçar, de ser convocado para a Seleção Brasileira.

– Jogando numa equipe de ponta, jogando bem, ganhando títulos, as chances aumentam. Não que fique mais fácil, mas ajuda muito. Victor (Grêmio) e Jefferson (Botafogo) são grandes goleiros, jogam no Brasil e têm sido chamados.

De família rubro-negra, o goleiro conta que hoje tem o coração dividido.

– Sou carioca, nasci na Ilha do Governador e, quando criança, sempre fui Flamengo. Meus parentes moram em Jacarepaguá e todos torcem para o Flamengo. Meu tio Toninho até chorou quando soube que eu viria para cá. Fui para o Corinthians, vivi três anos maravilhosos lá. É normal ter carinho pelo clube. É meio a meio, mas agora sou flamenguista. Respeito pelo Corinthians vai haver sempre, mas sou profissional. Se ganhar um título contra o Corinthians, vou comemorar com certeza.

O goleiro vai passar o Ano Novo em São Paulo e se apresenta ao Flamengo no dia 3, no Ninho do Urubu. Na mesma data, o grupo vai viajar para a pré-temporada em Londrina, no Paraná.